Bordalo II é o único português a participar na edição deste ano do festival, que inclui, entre outros, os norte-americanos Shepard Fairey e Tom Bob, a dupla alemã Herakut, a espanhola Miss Van e o italiano Pixel Pancho, de acordo com informação disponível no ‘site’ da iniciativa.
O Wide Open Walls, que decorre de 09 a 19 de agosto, tem como missão “promover e celebrar a arte pública”.
Artur Bordalo (Bordalo II – o primeiro era o avô, o artista plástico Real Bordalo, que morreu em junho do ano passado, aos 91 anos), nascido em Lisboa, em 1987, começou pelo ‘graffiti’, que o preparou para o trabalho pelo qual se tornou conhecido: esculturas feitas com recurso a lixo e desperdícios.
Com a série “Big Trash Animals” (algo como “Grandes Animais de Lixo”) tem espalhado pelo mundo vários animais, “uma forma de fazer retratos da natureza, uma composição das vítimas com aquilo que as destrói”.
“Podia fazer rostos humanos, mas a parte humana já está presente neste trabalho a tempo inteiro, por ser criada por um humano e porque todo este material que utilizamos já é humano. Todo este lixo é nosso, não é da Natureza”, referiu, em declarações à Lusa, em novembro último, altura em que inaugurou em Lisboa “Attero”, exposição que foi visitada por cerca de 27 mil pessoas, no espaço de um mês.
A propósito da exposição, Bordalo II deixou nas ruas de Lisboa uma raposa, na avenida 24 de Julho, um sapo, na rua da Manutenção, e um macaco, no pátio do armazém onde esteve patente “Attero”, na zona de Xabregas. Em Lisboa, há ainda um guaxinim numa parede na zona de Belém.
Em Portugal, é também possível ver-se animais criados por Bordalo II em cidades como Estarreja, Loures, Vila Nova de Gaia e Covilhã.
Recentemente foi curador do primeiro festival dedicado à ‘arte do lixo’, que decorreu na ilha espanhola de Tenerife e no qual participaram também os portugueses Catarina Glam, Miguel Januário e Forest Dump.
No festival Trashplant, que a organização apresenta como “o primeiro festival internacional de arte do lixo”, é “um exercício de consciência ambiental através da arte, isto é, do artivismo”.
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