Dados divulgados pela Câmara Municipal e pela empresa municipal Promotorres apontam para 400 mil visitantes nos cinco dias dos festejos, mais 50 mil do que nas últimas edições, com a maior parte a participar mascarada na festa.
O número integra não só quem assistiu e participou nos corsos diurnos de domingo e terça-feira e noturnos de sábado e segunda-feira, mas também os visitantes que estiveram nas ruas, praças e bares da cidade por onde a animação se prolongou até de manhã ao som de djs.
O programa termina hoje à noite, com a tradicional cerimónia do ‘Enterro do Entrudo’, com desfile das associações e grupos de mascarados vestidos de preto desde a Praça da República até ao tribunal da cidade, onde o Rei é julgado e condenado à morte, com alguns milhares de pessoas a assistir.
“Mares e Oceanos” foi o tema da edição deste ano, levando muitos foliões a adequar a máscara, disfarçando-se de marinheiros, pescadores, sereias, pinguins, piratas, peixes e outros animais marinhos.
Sendo a espontaneidade e a criatividade marcas deste Carnaval, os artistas também quiseram associar-se aos festejos: o fotógrafo Eduardo Gageiro passou os cinco dias e quatro noites a captar as melhores imagens do evento e a cantora Susana Félix, autora do ‘samba da Matrafona’, considerado o hino do Carnaval de Torres Vedras, cantou ao vivo a música em pleno corso de segunda-feira à noite.
Com um orçamento de 680 mil euros, o evento contou este ano com um quarto recinto de animação noturna, a funcionar nas noites de sábado e segunda-feira, para fazer face à afluência de público.
No corso escolar de sexta-feira, desfilaram nove mil crianças e jovens, acompanhados por professores e auxiliares oriundos de 72 escolas, enquanto no concurso de mascarados realizado no sábado à noite participaram 2.200 figurantes de 41 grupos.
A PSP, que contou com um dispositivo de 400 polícias, registou dentro do recinto do evento 15 crimes e três detenções, duas delas por ofensas à integridade física e ameaças e outra por embriaguez, e outras 22 detenções na cidade causadas sobretudo por excesso de álcool e tráfico de estupefacientes, anunciou hoje aquela força de segurança em comunicado.
A GNR, que teve 200 militares envolvidos, fiscalizou quatro estabelecimentos de diversão noturna e 1.890 condutores, que resultaram em 19 detenções por condução sob o efeito do álcool, falta de habilitação legal para conduzir, desobediência e tráfico de estupefacientes, disse fonte da GNR.
A GNR levantou 305 contraordenações por condução sob efeito de álcool, autuou uma centena de cidadãos por consumo de estupefacientes, tendo apreendido 435 doses de haxixe, 37 de canábis, 76 de cocaína e 42 de MDMA e registou 12 acidentes de viação, dos quais resultou apenas um ferido ligeiro.
Os Bombeiros de Torres Vedras registaram 114 ocorrências relacionadas com consumo excessivo de álcool, quedas ou entorses e doenças súbitas dentro do recinto do evento, tendo sido transportados ao hospital local cerca de uma centena de pessoas, disse à Lusa o comandante da corporação, Fernando Barão.
Durante os cinco dias, foram produzidas 16 toneladas de resíduos.
Os festejos geraram receitas de cerca de 10 milhões de euros na economia local.
Além da criatividade e espontaneidade dos mascarados, o Carnaval torriense é também conhecido pelas ‘matrafonas’ (homens mascarados de mulher) e pela sátira político-social dos carros alegóricos.
O presidente norte-americano Donald Trump desfilou sentado numa sanita, a chanceler alemã Angela Merkel foi transformada em sereia, com o presidente russo e o líder da Coreia do Norte a seu lado, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa virou um polvo a fazer os seus tentáculos a todo o lado e o primeiro-ministro António Costa o comandante do barco de piratas em que se transformou a ‘geringonça’ governativa.
A câmara de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, candidatou em 2016 o Carnaval a Património Nacional Imaterial, o primeiro passo para vir a ser reconhecido como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
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