Em resposta escrita enviada à agência Lusa, a EGEAC informa que o concurso público lançado em abril e agora concluído para a exploração do cineteatro foi ganho pela empresa Sons em Trânsito porque, segundo a apreciação do júri, apresentou “uma proposta de programação pluridisciplinar, coerente e bem fundamentada, pertinente e pensada para o espaço em questão e para o contexto cultural da cidade”.
Questionada sobre quando é que o novo projeto estará a funcionar, a empresa municipal estima que seja “até ao final de 2017”.
O Capitólio, com projeto do arquiteto Luís Cristino da Silva, foi inaugurado em julho de 1931 e é considerado uma das obras de referência da arquitetura modernista em Portugal. Em 1983 foi classificado como Imóvel de Interesse Público.
Depois de encerrado mais de 30 anos, o também denominado Teatro Raúl Solnado sofreu uma requalificação, concluída no ano passado.
Desde essa altura apenas tem reaberto para eventos, como aconteceu para o festival Mexefest, no final de 2016.
Em declarações à Lusa, o diretor-geral da Sons em Trânsito, Vasco Sacramento, explicou que a empresa terá “três pilares de atuação” para a programação do Capitólio.
Um deles será o da música, visto que “aquela sala preenche uma lacuna para espetáculos de média dimensão na cidade e, arquitetonicamente, esta é a expressão artística que melhor ali se enquadra”, justificou.
Segue-se o humor, dada atribuição do nome de Raúl Solnado ao espaço e também porque o Capitólio está localizado no Parque Mayer, onde existe uma “grande tradição desse tipo de espetáculos, como revistas”, apontou Vasco Sacramento.
Acresce o cinema, referiu o responsável, recordando que isso também marcou “a história do Capitólio”.
Vasco Sacramento disse também que a promotora tenciona organizar tertúlias e conversas de reflexão, bem como atrair novos públicos ao Capitólio, nomeadamente através da prestação de serviço educativo.
Sediada em Aveiro, a Sons em Trânsito promove cerca de 500 concertos por ano no país e no mundo todo.
Além desta empresa, concorreram à concessão do Capitólio a Academia de Produtores Culturais – associação cultural, a Força de Produção, Lda e Everything is New, Lda, a Limiasur S.A. e a Associação Tenda.
Só em meados de agosto é que foi apresentada a lista final, depois de a segunda classificada, a Academia de Produtores Culturais – associação cultural, ter apresentado uma reclamação no período legal de contestação à decisão do júri.
Segundo a EGEAC, esta entidade “não questionou o processo, pretendeu apenas obter mais informação sobre a fundamentação do júri relativa à pontuação da sua candidatura”.
Quanto aos valores do arrendamento, a empresa municipal adianta que “o arrendatário pagará uma renda mensal de 2.000 euros e terá a cargo todas as despesas de programação, de produção e conservação ordinária do edifício”.
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