“Não gosto de voltar a pegar em coisas que julgava terem cumprido a sua função”, escreveu Bruno Nogueira no seu Instagram, justificando a promessa que tinha feito a si mesmo de que “a emissão de Natal seria a última”.

No entanto, o humorista decidiu recuar nas sua decisão, e o programa vai regressar a partir das 23:00 de hoje, porque “não é trabalho” e é a mínima parte em que pode ajudar, neste novo confinamento, anunciou hoje à tarde.

“Nos últimos dias, depois das múltiplas mensagens que recebi e continuo a receber, e de olhar à minha volta, tenho-me debatido com esta dúvida, e cheguei à conclusão que ao contrário de todos os outros projetos, este está necessariamente ao abrigo de outra lei. É, feitas as contas, a mínima parte em que posso ajudar. Logo, não é trabalho, nem pode ser. É outra coisa”, escreveu.

O último direto do humorista no Instagram, no âmbito deste projeto, aconteceu no dia de Natal, depois de, em maio, ter posto 175 mil pessoas a celebrar um outro Natal, através do Instagram, naquele que foi um recorde de visualizações em tempo real nas redes sociais portuguesas.

Em meados de março, o que começou por ser um desabafo sobre a pandemia da covid-19 e o confinamento acabou por se tornar um projeto e um fenómeno cultural que culminou numa ‘arruada’ por Lisboa à procura de luzes de Natal e com a participação de figuras como Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes, Nélson Évora ou Salvador Sobral.

Ao lado do também humorista e argumentista Nuno Markl – o condutor de serviço –, ambos foram abordados durante a viagem por centenas de fãs que os acompanharam na vida real e mais de 150 mil que os seguiam nos ecrãs dos telemóveis e computadores, durante duas horas, como foi habitual durante os dias da semana ao longo dos dois meses anteriores.

Das 23:00 até às 01:00, Bruno Nogueira convidava para o direto um elenco de figuras públicas, sendo as mais habituais Nuno Markl, Nuno Lopes, Albano Jerónimo, João Manzarra, João Quadros, Marta Bateira (Beatriz Gosta), Inês Aires Pereira, Nélson Évora, Salvador Martinha, Inês Aires Pereira, Jéssica Athayde, Mariana Cabral (Bumba na Fofinha) e Ljubomir Stanisic.

À exceção de Marta Bateira, a ‘enviada especial’ no Porto, todos estes se juntaram a Bruno Nogueira no Coliseu de Lisboa, para se despedirem desta primeira caminhada do “bicho”, ao som do piano de Filipe Melo e da voz de Bruno Nogueira, numa interpretação de “Vendaval”, de Tony de Matos.

Numa mistura de música, comédia e desabafos, foram várias as figuras que iam aparecendo no “programa do bicho” e deixando a sua marca, desde o artista plástico Vhils, que fez, em direto, um mural de José Afonso no 25 de Abril, as atrizes Rita Blanco e Eunice Muñoz, a pianista Maria João Pires, a fadista Ana Moura ou o locutor Cal Lockwood, cuja rádio no Polo Norte passou a ter milhares seguidores portugueses, por conselho de Nuno Markl.

Depois de duas horas de um direto com uma carga emocional forte para todos e milhares de mensagens, Bruno Nogueira reafirmou que voltaria a tentar este fenómeno no futuro, algo que já tinha prometido à filha.

Na altura, vários especialistas em redes sociais contactados pela Lusa afirmaram que o fenómeno criado pelos diretos do humorista Bruno Nogueira na rubrica “Como é que o Bicho Mexe?” devia ser estudado e visto como uma “referência”.

Em julho, a SIC anunciou o regresso do humorista à sua emissão, esta temporada, com uma "proposta de valor na área do humor".

"As múltiplas facetas do talento de Bruno Nogueira, e a sua enorme capacidade de se reinventar, abrem perspetivas para o desenvolvimento de conteúdos de entretenimento e ficção nas diferentes marcas SIC, com especial destaque para o canal Generalista e ainda nos canais temáticos, bem como para as plataformas digitais, que são uma forte aposta do Grupo", escreveu então a televisão nascida em Carnaxide.

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