De acordo com o Teatro do Bairro Alto (TBA), a peça é a segunda parte de um projeto em díptico, interpretada por Jim Fletcher, com direção de Tim Etchells e texto de Chris Thorpe.

Será transmitida ao vivo, nas redes sociais e no 'site' do teatro, às 19:30, como parte do programa Forest Fringe TV.

A peça pega numa frase repetida pelo presidente norte-americano Donald Trump, sobre a produção de ventiladores nos EUA, no início da pandemia covid-19, e "coloca-a em contraponto com material original para criar uma reflexão cómica e perturbadora sobre o poder, a mortalidade e o delírio", segundo a apresentação divulgada hoje pelo TBA.

Nesta segunda fase do projeto, Etchells e Fletcher, através da repetição e do uso da música, fazem com que o texto de Thorpe crie múltiplas versões contraditórias, atingindo um caráter, "por vezes, bombástico e retórico", outras vezes, "íntimo" ou ainda "instável e apodrecido".

O díptico "We are the King of Ventilators" ("Nós somos o Rei dos Ventiladores", em tradução livre) é uma encomenda do programa ENTER da Fundação Onassis, e foi desenvolvido para a Forest Fringe TV com o apoio do Teatro do Bairro Alto, da Cambridge Junction e do Colchester Arts Centre.

Tim Etchells é um artista, encenador, escritor, ensaísta e dramaturgo, sediado no Reino Unido, com um trabalho que vai da 'performance' às artes visuais e à ficção.

Tem trabalhado numa multiplicidade de contextos, nomeadamente como diretor dos Forced Entertainment, grupo de 'performance' de raiz experimental, com base em Sheffield, prémio internacional Ibsen de teatro em 2016, que se tem apresentado em todo o mundo, incluindo em Lisboa, quando Etchells foi nomeado Artista na Cidade, em 2014.

Nesse ano, apresentou uma retrospetiva da sua obra, que incluiu, entre outras, as peças "As festas de amanhã" e "Quizoola!", em palcos como o Teatro Municipal Maria Matos, o Centro Cultural de Belém, o São Luiz Teatro Municipal e a Culturgest.

Jim Fletcher é um dos fundadores da companhia New York City Players, de Richard Maxwell, com quem trabalha há mais de vinte anos.

Faz parte do elenco de "Gatz", dos Elevator Repair Service, e criou o monólogo "Sight Is The Sense That Dying People Tend To Lose First" ("A visão é o sentido de que as pessoas tendem a perder primeiro, quando estão a morrer", em tradução livre), com Tim Etchells, espetáculos que também passaram por Lisboa.

Chris Thorpe é um escritor e 'performer' de Manchester, com obra dramatúrgica para o Royal Exchange, Unicorn e Royal Court.

Tem trabalho regular com a encenadora norte-americana Rachel Chavkin, a associação cultural portuguesa Mala Voadora, a companhia Third Angel, e com atores como Yusra Warsama, Hannah Jane Walker, Rachel Bagshaw e Javaad Alipoor.

O espetáculo de 60 minutos, falado em inglês, é produzido pelo grupo Forced Entertainment e ficará igualmente disponível na sua página na Internet.