O prémio de 2022 foi anunciado no final de outubro do ano passado, tendo desde então já sido revelado o vencedor de 2023, que é o ensaísta e tradutor português João Barrento.
“Silviano Santiago, além de escritor com uma obra literária com vários prémios nacionais e internacionais (Jabuti, Oceanos, etc.), é um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância, com um contributo notável para a projeção da língua portuguesa como língua do pensamento crítico, no Brasil e fora dele (nos países ibero-americanos, africanos, nos Estados Unidos e na Europa)”, indicou o júri da 34.ª edição do Prémio Camões, citado, na altura, pelo comunicado do Ministério português da Cultura.
Ensaísta, romancista e contista, Silviano Santiago nasceu em 1936, em Formiga, Minas Gerais, Brasil.
Doutorado em Letras Francesas pela Universidade de Sorbonne, de Paris, em 1968, com uma tese sobre “Os Moedeiros Falsos”, de André Gide, a biografia divulgada pelo Prémio Camões identifica-o igualmente como bacharel em Letras Neolatinas pela Universidade Federal de Minas Gerais (1959), com especialização em Literatura Francesa, como bolseiro do Centre d`Études Supérieures de Français, no Rio de Janeiro, entre 1960 e 1961.
Silviano Santiago recebeu, entre outros prémios, o Jabuti em 2017, o Prémio Oceanos em 2015, com o romance “Mil Rosas Roubadas”, e o segundo lugar do Prémio Oceanos, em 2017, com “Machado”, sobre Machado de Assis.
O júri da 34.ª edição do Prémio Camões foi constituído pelos professores universitários portugueses Abel Barros Baptista e Ana Maria Martinho, da Universidade Nova de Lisboa, a são-tomense Inocência Mata, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, os brasileiros Jorge Alves de Lima, membro da Academia Paulista de História e da Academia Campinense de Letras, e membro do Conselho Científico do Centro de Memória da Unicamp, que presidiu o júri, Raúl Cesar Gouveia Fernandes, do Departamento de Ciências Sociais e Jurídicas do Centro Universitário FEI, em São Bernardo do Campo, e a moçambicana Teresa Manjate, docente e investigadora na Universidade Eduardo Mondlane.
O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil, com o objetivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.
Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, em 22 de junho de 1988, e publicado em novembro do mesmo ano, o prémio consagra anualmente “um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”.
Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga.
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