De acordo com o júri do concurso, presidido pelo professor da Universidade do Minho Sérgio Guimarães de Sousa, este livro de Ana Luísa Amaral “destacou-se” dos demais candidatos “pelo facto de, em intenso diálogo artístico com obras maiores da pintura, reescrever de modo intimista e fulgurante emblemáticos episódios bíblicos”.
“Ana Luísa Amaral é uma das grandes vozes poéticas da contemporaneidade”, acrescentou o júri, que contou ainda com a professora da Universidade da Madeira Ana Isabel Moniz e com o vereador da Cultura da autarquia, Isidro Gomes de Araújo.
A escritora é distinguida com o Prémio Francisco de Sá de Miranda cerca de duas semanas depois de a sua carreira ter sido reconhecida pelo Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, atribuído pelo Património Nacional de Espanha e a Universidade de Salamanca.
Esta segunda edição do Prémio Literário Francisco de Sá de Miranda, promovido pela Câmara Municipal de Amares, através do Centro de Estudos Mirandinos, para obras de escritores de língua portuguesa, contou com 202 candidatos, seis dos Açores, dois de Espanha, três de França, um de Moçambique, 49 do Brasil e 141 de Portugal.
O júri sublinhou o número elevado de obras recebidas, provenientes na sua maioria de Portugal e do Brasil.
O prémio, no valor de 7.500 euros, deverá ser entregue à escritora durante o mês de julho.
Nascida em Lisboa, em abril de 1956, a escritora e professora universitária Ana Luísa Amaral, tradutora de romancistas e poetas, vive em Leça da Palmeira desde os 9 anos e tem recebido múltiplas distinções ao longo da carreira, sendo as mais recentes o Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, o galardão espanhol Leteo, da Direção de Ação e Promoção Cultural de Leão, e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, que reconhece o contributo significativo de uma obra poética para o património cultural deste universo.
Ana Luísa Amaral, “uma das mais relevantes poetisas da atualidade”, aborda, na sua obra, traduzida para diversas línguas, “a memória e vindicação do feminismo português”, destacou o júri do prémio Vergílio Ferreira 2021, presidido pelo espanhol Antonio Sáez Delgado, que considerou a escritora “uma das mais importantes vozes das letras portuguesas das últimas três décadas”.
No ano passado, a associação das Livrarias de Madrid deu o prémio de Livro do Ano, na área de Poesia, à edição espanhola de “What’s in a name”, da escritora portuguesa.
Doutorada em Literatura Norte-americana pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi professora, Ana Luísa Amaral tem dezenas de títulos de poesia publicados, desde “Minha Senhora de Quê” (1990), além de já ter escrito teatro, ficção e vários livros para a infância.
A sua obra encontra-se traduzida e publicada em várias línguas e países, tendo obtido numerosas distinções, como o Prémio Literário Correntes d’Escritas, o Premio Letterario Poesia Giuseppe Acerbi e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores.
A sua obra é editada em Portugal pela Assírio & Alvim.
A primeira edição do Prémio Literário Francisco de Sá de Miranda, em 2019, distinguiu o escritor Nuno Júdice, pelo livro “O Mito de Europa”, publicado pela Dom Quixote.
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