Publicado em maio de 2018, o mais recente romance de Lídia Jorge foi anunciado, em França, como um dos 13 finalistas candidatos ao Prémio Médicis 2019, na edição francesa da Métailie, traduzida por Marie-Hélène Piwnik e com o título “Estuaire”.
Ao lado da escritora portuguesa, na corrida por este prestigiado prémio, estão, entre outros, escritores como a norte-americana Joyce Carol Oates, com o romance de 2017 “A book of american martyrs”, e o espanhol Manuel Vilas, com “Ordesa”, publicado em Portugal pela Alfaguara com o título “Em tudo havia beleza”.
Na corrida estão ainda os escritores Nina Allan, Mircea Cartarescu, Selahattin Demirtas, Giorgio Falco, Arno Geiger, Christian Kracht, Jennifer Nansubuga Makumbi, Auður Ava Olafsdottir, Regina Porter e Edna O’Brien.
O vencedor será anunciado no próximo dia 8 de novembro.
“Estuário” já tinha sido classificado pela imprensa francesa como um dos destaques da ‘rentrée’ literária naquele país.
Neste romance, Lídia Jorge conta a história de Edmundo Galeano, que esteve numa missão humanitária, da qual regressou para casa do pai, sem parte da mão direita.
Consigo trouxe uma experiência para contar e uma recomendação a fazer por escrito, tendo a elaboração desse testemunho passado a ocupar completamente os seus dias.
“‘Estuário’ pertence à categoria dos livros de premonição, através do enlace entre o desenho do futuro e a literatura”, descreve a editora Dom Quixote.
Lídia Jorge estreou-se com a publicação de “O Dia dos Prodígios”, em 1980, considerado um dos livros mais emblemáticos da literatura portuguesa pós-revolução.
Desde então tem publicado vários títulos nas áreas do romance, conto, ensaio e teatro.
Em 1988, “A Costa dos Murmúrios” abriu-lhe as portas para o reconhecimento internacional, tendo sido posteriormente adaptado ao cinema por Margarida Cardoso.
Entre muitos outros, Lídia Jorge publicou títulos como são “O Vale da Paixão,” “O Vento Assobiando nas Gruas”, “Combateremos a Sombra” ou “Os Memoráveis”, obra que tem sido considerada como uma poderosa metáfora da deriva portuguesa das últimas décadas.
Aos seus livros têm sido atribuídos diversos prémios nacionais, alguns deles pelo conjunto da obra, como o Prémio da Latinidade, o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores — Millenium BCP, ou mais recentemente o Prémio Vergílio Ferreira de 2015.
No estrangeiro, entre outros, Lídia Jorge venceu em 2006 a primeira edição do prémio ALBATROS da Fundação Günter Grass e, em 2015, o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura.
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