Eram várias as cores que pintavam o espaço, localizado junto ao rio e que serviu de "aldeia" aos entusiastas da Eurovisão, mas o azul e branco de Israel eram das mais repetidas.
Com bandeiras, varinhas de luz, passando por bandoletes iluminadas e pinturas faciais, os fãs de Netta, a israelita que interpretou a música "Toy", marcaram presença, e em peso, em Lisboa.
O ponto alto da noite ocorreu quando a artista subiu ao palco, pondo o Terreiro do Paço em alvoroço. Vários fãs dançaram e acompanharam Netta, mostrando que sabiam de cor a letra da música vencedora. O passo mais repetido era a "dança da galinha", que fazia parte da coreografia feita pela própria artista.
De cada vez que a emissão, que passava nos três ecrãs gigantes, relembrava a interpretação da israelita, o Eurovision Village vibrava.
Perto da meia-noite, quando foi revelado que Israel era o país vencedor da edição deste ano do maior certame de música a nível europeu, os presentes fizeram a festa no Terreiro do Paço, e voltaram a acompanhar a música vencedora, na última atuação da noite.
Israel venceu hoje, pela quarta vez, o Festival Eurovisão da Canção, com o tema "Toy", interpretado por Netta, enquanto a canção portuguesa, "O Jardim", defendida por Cláudia Pascoal e escrita por Isaura, ficou em último lugar.
Israel foi o país que obteve maior pontuação (529 pontos), atribuída pelos espetadores de cada país e pelos júris nacionais dos 43 países que participaram na edição deste ano, embora apenas 26 canções tenham competido na final.
A par de Israel, as cores que mais marcaram o Terreiro do Paço foram as de Espanha, apesar de os fãs mais arrojados serem os do Reino Unido, sendo que a maioria trajava a rigor da cabeça aos pés.
Também o Arco da Rua Augusta e a estátua de D. José, no centro da praça, ficaram iluminados de várias cores ao longo da noite.
Em coro, o Terreiro do Paço cantou “Amar pelos Dois”, a música que deu a vitória a Portugal há um ano, e que foi interpretada hoje por Salvador Sobral e Caetano Veloso, tendo sido o momento mais aplaudido da noite.
A praça estava cheia, mas entrar foi um desafio. Pelas 18:00 (duas horas antes do início da cerimónia) já havia várias filas criadas para entrar no recinto, que se prolongavam por várias centenas de metros, e o público aguardava pelo menos uma hora até entrar.
Para os fãs ouvidos pela agência Lusa, Israel foi o justo vencedor.
A portuguesa Margarida Videira, de 20 anos, tinha “Toy” como a música favorita entre os participantes deste ano.
“Era a minha canção favorita, foi perfeito. Por um momento pensei que a Suécia ou a Áustria pudessem ganhar. Não são preferências e então vou admitir, estava triste mas felizmente saiu uma canção que eu adoro”, disse.
Apesar de gostar da música portuguesa, “o Jardim”, a jovem considera que “uma balada não resulta duas vezes de seguida”, e por isso Portugal precisava “de uma música mais animada” e de inovar.
Também ouvida pela Lusa, a israelita Adi Cohen, de 16 anos, disse esperar a vitória. Ainda assim, mal foram anunciados os resultados, a jovem não conseguiu conter a emoção e o choro de alegria.
“Eu esperava [a vitória], mas nunca se sabe quem vai ganhar”, afirmou.
Quanto à realização da próxima edição do Festival Eurovisão da Canção no seu país, Adi admitiu que “é um sonho tornado realidade”.
Também para a sueca Frida Israels, “ganhou a melhor canção”. Apesar de também torcer pela República Checa, a jovem mostrou-se “muito feliz” com o resultado.
Já em relação à prestação da Suécia, Frida apontou que “correu melhor que o esperado”.
A noite encerrou no Eurovision Village com uma sessão de fogo-de-artifício ao som da música vencedora.
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