“Tudo o que faço é, e sempre foi, uma evolução muito orgânica. Seja no meu percurso artístico ou na minha vida pessoal. Uma coisa está sempre ligada à outra. Cada novo trabalho reflete, também, um novo ponto de vista, uma nova marca na minha vida. Eu vejo a vida, a arte, o amor, a ‘minha’ cidade através do meu próprio fado. Daí o título do álbum”, justificou.

“Através do Fado” tem produção do fadista, com Davide Zaccaria, que também produziu o anterior CD, “Ser Fado”, editado em fevereiro de 2016.

O fadista, na gravação, foi acompanhado pelos músico Rui Poço, na guitarra portuguesa, Carlos Viçoso, à viola, e Yami Aloelela, na violas baixo.

Telmo Pires assina a letra do tema de abertura, “Só o Meu Canto”, uma confissão do fadista, na qual afirma “Só o meu canto está em mim/guardado, como um rio corre”. O fadista assina também a música com Maria Baptista.

Outro tema da sua autoria é “Era uma Vez”, em letra e música. Assina também a letra de “No Espelho”, que canta na melodia tradicional do Fado Vianinha, de Francisco Viana.

Outros fados tradicionais que interpreta são o “Cravo”, de Alfredo Marceneiro, para um poema de Tiago Torres da Silva, “Sem Peso ou Medida”, o “Fado Lopes”, de Mário José Lopes, para uma letra de Ana Laíns, “Não Sou Nascido do Fado”, do repertório de Lains, e “Fado Menor do Porto”, de José Joaquim Cavalheiro Júnior, para o poema de Vasco de Lima Couto, “Minha Mãe Eu Canto A Noite”,do repertório de Vasco Rafael (1949-1998).

Telmo Pires é um dos embaixadores do fado na Alemanha, país onde chegou ainda criança, e manteve a paixão pela língua e pela música portuguesas.

“Cheguei a Alemanha com dois anos e meio, frequentei a escola durante 13 anos, mas cresci com o fado, porque a minha mãe era uma grande admiradora da Amália Rodrigues e do Carlos do Carmo, e trouxe discos deles”, disse Telmo Pires à agência Lusa.

Do repertório de Amália, neste CD, gravou “Medo”, poema de Reinaldo Ferreira, com música de Alain Oulman, e “Oiça lá Senhor Vinho”, com letra e música de Alberto Janes.

De repertório de Carlos do Carmo, canta “Uma Flor de Verde Pinho”, com letra de Manuel Alegre e música de José Niza, canção que venceu o Festival RTP da Canção, em 1975.

Também do festival recuperou, em versão fado, “Silêncio e Tanta Gente”, de Maria Guinot que venceu o certame em 1984.

Telmo Pires interessou-se pelo fado, na década de 1990, aos 20 anos, depois de, na escola secundária, sob as influências da música pop anglo-americana, ter sido guitarrista de uma banda de rock. Nas suas preferências estão Prince, David Bowie, também Jacques Brel e, de uma maneira geral, a música portuguesa.

“Só quando tinha 20 anos, acabada a escola, comecei a sentir qualquer coisa que me puxava para outro lado e deixei o rock. Mas primeiro ainda fui pianista de um grupo, escrevia e cantava ‘canção francesa’ e também alguns temas em inglês”, contou o músico português.

“No início da minha carreira a solo, tinha então 21 anos, fiz um arranjo musical ao piano para o tema ‘Foi Deus’ [de Alberto Janes, criação de Amália]. Cantei-o, e foi assim que começou a minha carreira de cantor português na Alemanha”, explicou Telmo Pires.

Começou a gravar fado em 2001. “Através do Fado” é o seu sexto álbum.

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