O Parque do Retiro, no centro de Madrid, volta a ser, segundo a organização, a maior livraria ao ar livre do mundo com a 81.ª edição da Feira do Livro a ser inaugurada na sexta-feira pela Rainha Letizia e a regressar em pleno após dois anos de pandemia.
De acordo com a embaixada de Portugal na capital espanhola, foram organizadas 18 sessões de diálogo entre escritores e jornalistas ibero-americanos e sete autores portugueses: Afonso Reis Cabral, Anabela Mota Ribeiro, Bernardo Carvalho, Joana Bértholo, Joana Estrela, José Luís Peixoto e José Riço Direitinho.
A programação terá como “foco” o escritor José Saramago e vai ser discutida a importância da América Latina na obra do autor, com o escritor nicaraguense, Prémio Cervantes, Sergio Ramírez, a escritora colombiana Laura Restrepo e o Prémio Saramago 2019, Afonso Reis Cabral, numa sessão moderada pela presidente da Fundação Saramago, Pilar del Rio.
Na sessão “Por Saramago: El pájaro que pía posado en el rinoceronte”, Anabela Mota Ribeiro e Fernando Gómez Aguilera dão ao público “um olhar sobre o ser humano que sustém o autor”, através de temas fundamentais que permitem percorrer o seu legado.
José Luís Peixoto, Prémio Saramago 2001, vai trazer a Madrid o projeto “Viagem a Portugal Revisited”, do Turismo de Portugal e da Fundação José Saramago.
Por outro lado, a reconstrução dos roteiros percorridos por Saramago, e descritos na obra homónima, é feita por autores contemporâneos nacionais e internacionais, entre os quais Manuel Rivas que se apresenta em diálogo com José Luís Peixoto.
Em conversa com o jornalista Fernando Berlín, o autor vai percorrer o caminho onde se cruza com José Saramago, num regresso a “Autobiografia”, publicado pela Alfaguara, em Espanha, em 2020.
Entre outras sessões, Joana Estrela e Bernardo Carvalho trazem à Feira do Livro as obras “Menino, menina” e “Atlas dos Grandes Exploradores”, tendo esta última obra vencido, entre outros, o Prémio “Non Fiction”, atribuído pela Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha 2019.
Este ano, a feira não terá uma lotação limitada e vai recuperar os seus habituais 1,3 quilómetros de comprimento, tornando-a na maior do século XXI, segundo a sua diretora, Eva Orúe, que adiantou na semana passada que o evento terá 378 ‘stands’, 400 expositores e um orçamento de 1,381 milhões de euros.
Além disso, este ano, em que não há um país convidado, a feira terá pela primeira vez um stand da União Europeia e abre “as suas portas” a outras indústrias culturais, como os museus e o cinema, a fim de chegar a um público mais vasto.
O cinema e a literatura vão estar reunidos na iniciativa “Do Livro ao Ecrã”, sobre adaptações audiovisuais de obras literárias.
Nesta edição, como novidade, e para evitar longas filas de espera, haverá quatro espaços dedicados às grandes empresas e, para evitar a poluição sonora, será eliminado o tradicional sistema de altifalantes com anúncios sobre a atividade dos feirantes.
A invasão da Ucrânia também vai estar presente num colóquio sobre como o ataque de Vladimir Putin levou a União Europeia a concentrar-se no Leste e outro sobre a desinformação da política russa.
A fim de dar maior visibilidade à feira, a sua presença nas redes sociais será multiplicada, com transmissões em ‘streaming’ e a produção de ‘podcasts’.
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