Após um interregno de dois anos, o festival gótico organizado pela Fade In está de volta “à normalidade possível”, explicou à agência Lusa o presidente da associação, Carlos Matos.
Esta 11.ª edição “significa o regresso à normalidade possível num mundo cujo conceito de normalidade é hoje tão volátil quanto um automóvel sem travões a descer a colina do Castelo de Leiria”.
Este ano, o festival reparte-se pelo Castelo de Leiria, Teatro José Lúcio da Silva, Jardim Luís de Camões e discoteca Stereogun. Por esses quatro palcos vão passar 18 bandas internacionais, “as que mais se desejava ver ao vivo este ano”, assumiu Carlos Matos.
O regresso do Extramuralhas era aguardado pelos fãs do festival que começou no Castelo de Leiria, estendendo-se, nos últimos anos, a outros espaços de Leiria.
“As reações estão a ser entusiásticas e há ótimas expectativas [para o regresso]. Esperamos uma boa mobilização, não só porque há uma saudade comunitária de voltar a viver este festival de características estéticas tão únicas, mas sobretudo porque o cartaz tem uma qualidade musical inquestionável”, afirmou.
Entre o alinhamento, destaque para a presença em Leiria dos norte-americanos Circuit des Yeux, banda liderada por Haley Fohr.
“O mais recente disco foi considerado, um pouco por todo o mundo, como um dos melhores de 2021. Ter no nosso cartaz uma banda como os Circuit des Yeux é incrível”, destacou o organizador.
Pelo festival passam também os helvético-americanos Zeal & Ardor, “manifestamente uma das bandas mais originais atualmente”, a norte-americana Zola Jesus, “que vai dar a honra de se assistir à apresentação do seu novíssimo álbum ‘Akhron’” no Teatro José Lúcio da Silva, sala onde vão igualmente atuar “os não menos imperdíveis belgas Whispering Sons”.
“Por outro lado, também nos enche de orgulho podermos proporcionar a estreia ao vivo em Portugal dos belgas Vomito Negro”, banda de música industrial e EBM (Electronic Body Music) com mais de 30 anos de carreira, que se vai apresentar no palco da Stereogun.
A discoteca que acolhe as três ‘after-parties’ receberá também, frisou Carlos Matos, “as magníficas islandesas Kælan Mikla e os franceses Je T’aime, que trazem na bagagem o extraordinário álbum ‘Passive'”.
Para esta edição, o festival preparou algumas novidades, a começar pelo acesso gratuito a 11 dos 18 concertos. Por outro lado, no primeiro dia, 25 de agosto, serão utilizados os quatro palcos disponíveis, algo que não aconteceu nas edições anteriores. Outra alteração é o agendamento de espetáculos à tarde, nos dias 26 e 27 de agosto, no Jardim Luís de Camões.
A estreia deste Extramuralhas terá lugar “no local que deu o epíteto de ‘festival gótico’ a este evento”, a Igreja da Pena, em pleno Castelo de Leiria. A abertura do festival será no “coração” do monumento, com Sieben, projeto do compositor, cantor e violinista britânico Matt Howden.
Nesse mesmo dia 25 de agosto há espetáculos de Zeal & Ardor (Suíça/Estados Unidos da América) no Teatro José Lúcio da Silva, Velvet Kills (Estados Unidos da América/Portugal) e MNNQNS (França) no Jardim Luís de Camões, e dos Vomito Negro (Bélgica) na Stereogun.
No dia 26 de agosto apresentam-se Ultra Sunn (Bélgica), Vlure (Escócia), A Projection (Suécia) e Rein (Suécia) no Jardim Luís de Camões, Zola Jesus (Estados Unidos da América) no Teatro José Lúcio da Silva, e Kælan Mikla (Islândia) na Stereogun.
A fechar o Extramuralhas, no dia 27 de agosto, atuam Aus Tears (Finlândia), She Pleasures Herself (Portugal), Potochkine (França) e HMLTD (Inglaterra) no Jardim Luís de Camões, Circuit des Yeux (Estados Unidos da América) e Whispering Sons (Bélgica) no Teatro José Lúcio da Silva, e Je T’Aime (França) na Stereogun.
Antes da programação central do festival, há festa de lançamento no dia 23 de julho, com concerto dos Conferência Inferno e ‘dj set’ de Helen Cat na discoteca Stereogun.
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