A película, baseada no livro com o mesmo título da escritora Svetelana Alexievitch, ganhou o Grande Prémio CineEco 2015, no valor de 2.000 euros, disse à agência Lusa Mário Jorge Branquinho, diretor do certame que hoje terminou, na cidade de Seia, na Serra da Estrela, no distrito da Guarda.
“A Suplicação-Vozes para Chernobyl”, segundo a organização do festival, “não é exatamente um filme sobre Chernobyl, mas sobre o mundo de Chernobyl do qual já passaram 30 anos e quase nada sabemos”.
“Permanecem, no entanto, os testemunhos de cientistas, professores, jornalistas, homens, mulheres e crianças, que evocam como foram as suas vidas, depois do desastre nuclear. As suas vozes formam uma longa e terrível súplica que leva a interrogar-nos sobre a nossa condição humana”, explica a fonte.
O Prémio Lusofonia foi atribuído ao filme “Aquamazonida”, de João Leite, uma média-metragem que “deixa literalmente o rio Amazonas falar de si próprio”.
A película “Os Guardiões da Água. Carnia Revolta-se”, de Giulio Squarci (Itália), sobre como uma pequena comunidade dos alpes italianos reage ao processo de privatização das águas venceu o Prémio Antropologia Ambiental e o Prémio Educação Ambiental foi para “O Normal É Mais Que Um Filme”, de Renee Scheltema (África do Sul), que descreve “uma viagem pelo mundo à procura das melhores soluções para salvar o planeta e inverter o declínio global”.
O CineEco distinguiu com o Prémio de Curtas-Metragens Internacionais a obra “Uma Eco Quinta no Teto do Mundo”, de Giovanni Ortolani (Itália), que conta a história de Govinda Bedraj, uma mulher que fundou a Mountain View Eco-Farm, no Nepal, para criar um espaço amigo do ambiente e mostrar um exemplo de agricultura biológica mais sustentável no seu país.
O Prémio Médias, Séries, Documentários e Reportagens de Televisão foi para “SOS na Ilha de Santa Maria”, uma reportagem da RTP, da autoria de Jorge Almeida, sobre as reservas marinhas nos Açores que estão em risco de extinção.
A organização do CineEco anunciou ainda que atribuiu o Prémio Lusofonia Panorama Regional ao filme “100 Anos de Urgeiriça”, de James Ramsay Cameron(Portugal/Reino Unido), um documentário “evocativo e histórico” sobre a exploração mineira na Urgeiriça, no concelho de Nelas, distrito de Viseu.
O Grande Prémio da Juventude foi para “Furacão (Ouragan)”, de Cyril Barbancon, Jacqueline Farmer e Andy Byatt (França).
O Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, organizado pela Câmara Municipal de Seia, decorreu este ano sob o signo “Nuclear: Não Obrigado!” e teve a concurso cerca de 100 filmes, de mais de 20 países.
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