“CODA” (sigla, em inglês, de “Filhos de Pais Surdos”), sobre uma jovem sem problemas de audição no meio de uma família de surdos, foi bem acolhido pela crítica no festival que se realizou virtualmente, levando a Hollywood Reporter a classificá-lo como “um filme capaz de aquecer corações de uma forma radiante e profundamente satisfatória […] que lembra as gratificações reconfortantes, até catárticas, de uma história animadora bem contada”.
‘Remake’ do filme francês “La Famille Bélier”, de 2014, “CODA” venceu os grandes prémios do júri e do público na categoria de drama, bem como o galardão para melhor realização nessa mesma categoria, tendo ainda ganhado uma distinção especial do júri pelo elenco.
“Vou chorar”, disse Heder no momento de aceitar um dos prémios, citada pela AP, antes de acrescentar: “O processo de fazer este filme foi tão incrível e penso que todos saímos dele com tanto amor uns pelos outros”.
Dias antes, a publicação Deadline havia noticiado que a Apple tinha comprado os direitos de “CODA” por 25 milhões de dólares (20,8 milhões de euros), o valor máximo alguma vez pago por um filme em Sundance.
Na categoria de documentário, “Summer of Soul (… Or, When The Revolution Could Not Be Televised)”, de Ahmir ‘Questlove’ Thompson, sobre o festival cultural do Harlem, em Nova Iorque, que juntou mais de 300 mil pessoas no mesmo verão do Woodstock, venceu o grande prémio do júri e o prémio do público.
O também músico aceitou o primeiro dos prémios, o do público, por videochamada a partir do carro: “Esperem um minuto, isto é demasiado cedo. Nem sabia que era uma competição”.
“Estou assoberbado neste momento. O meu propósito e objetivo foi apenas não desapontar e fazer com que as minhas pessoas ficassem orgulhosas de mim. Estou sem palavras”, afirmou o realizador.
Dentro das categorias de cinema mundial, os vencedores foram a coprodução dinamarquesa “Flee”, de Jonas Poher Rasmussen, no documentário, e a coprodução kosovar “Hive”, de Blerta Basholli, no drama.
No programa de curtas-metragens, estava a coprodução portuguesa “Espíritos e rochas: Um mito açoriano”, da realizadora suíço-turca Aylin Gökmen, que não foi premiada.
O festival dedicado ao cinema de produção independente decorreu entre 28 de janeiro e hoje, sobretudo ‘online’, e com algumas sessões em sala, mediante as restritivas medidas de distanciamento.
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