Segundo um comunicado do WGA (Writers Guild of America) e da AMPTP (Alliance of Motion Picture and Television Producers), grupo que representa Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner Bros. Discovery, NBC Universal, Paramount e Sony, publicado no domingo, e citado pelo meio norte-americano CNN Internacional, um acordo inicial terá sido alcançado.

“O que ganhámos neste contrato – mais particularmente, tudo o que ganhámos desde 2 de maio – deve-se à vontade destes membros de exercer o seu poder, de demonstrar a sua solidariedade, de caminhar lado a lado, de suportar a dor e a incerteza dos últimos 146 dias”, disse o WGA num e-mail aos membros no domingo, obtido pelo canal. “Foi a alavancagem gerada pela vossa greve, em conjunto com o apoio extraordinário dos nossos companheiros sindicais, que finalmente trouxe as empresas de volta à mesa para chegar a um acordo”, sublinham.

Segundo o New York Times, o WGA representa mais de 11 mil argumentistas, e nos próximos dias irá votar se aceitam o acordo, que há muito tinham exigido. Entre as exigências estão aumentos na remuneração por conteúdo de streaming, concessões dos estúdios sobre pessoal mínimo para programas de televisão e garantias de que a tecnologia de Inteligência Artificial (IA) não irá prejudicar os créditos e a remuneração dos escritores.

Menos entusiasta esteve a AMPTP (Alliance of Motion Picture and Television Producers), representante dos estúdios, que segundo o jornal partilhou apenas o comentário: “O WGA e a AMPTP chegaram a um acordo provisório”.

Apesar deste acordo representar uma pausa nas preocupações da indústria de Hollywood paralisada há vários meses e já abalada pela revolução do streaming, que a pandemia acelerou, ainda falta negociar com o sindicato dos atores, SAG-AFTRA, cujas negociações ainda não foram agendadas.

O SAG-AFTRA está em greve desde 14 de julho.

Esta greve foi uma das mais longas da história do WGA, apenas ultrapassada pela de 1988, que durou 154 dias. Outro feito está relacionado com esta greve ter decorrido ao mesmo tempo que a paralisação dos atores, tendo tal ocorrido pela primeira vez desde 1960.

Com um acordo provisório em mãos, o WGA suspendeu os piquetes de greve, mas o sindicato encorajou os membros a juntarem-se aos piquetes dos atores em greve, que recomeçarão na terça-feira.

A obtenção de um acordo pelo WGA era tão desejada que mereceu o elogio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que reagiu nas suas redes sociais.

"Aplaudo a WGA (Writers Guild of America) e a AMPTP (Alliance of Motion Picture and Television Producers) por alcançarem um acordo provisório que permitirá aos escritores voltar a contar as histórias da nossa nação, do nosso mundo e de todos nós", disse, através da rede social X (antigo Twitter).

"Todos os trabalhadores – incluindo escritores, atores e trabalhadores do sector automóvel – merecem uma parte justa do valor que ajudaram a criar", referiu ainda.