De acordo com um comunicado da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a museóloga Aida Rechena, que iniciou funções na direção do Museu do Chiado em janeiro de 2016, passará para os serviços centrais da DGPC.
A nomeação de Emília Ferreira ocorre em regime de substituição, até à abertura do respetivo concurso público, adianta o comunicado.
Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Emília Ferreira é mestre e doutora em História da Arte Contemporânea, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL).
A sua tese de doutoramento, intitulada “Lisboa em Festa: a Exposição Retrospetiva de Arte Ornamental Portuguesa e Espanhola, 1882. Antecedentes de um Museu” foi recentemente publicada em livro, no âmbito da coleção Estudos de Museus, uma parceria DGPC/editora Caleidoscópio.
Trata-se de uma obra sobre o “primeiro sucesso maciço de público” em Portugal, acontecimento que esteve na génese do Museu Nacional de Arte Antiga.
É investigadora do Instituto de História da Arte (UNL), na linha Museum Studies, e investigadora associada na Universidade de Victoria, Canadá.
Curadora de exposições de artes plásticas, educadora e também escritora de ficção, colabora com o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, desde 1997, foi membro da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, de 2000 a 2017.
O seu percurso contempla ainda a organização e participação em conferências, em Portugal e no estrangeiro, assim como a publicação de textos críticos e entrevistas sobre arte e artistas.
Tem também vindo a dedicar-se à divulgação de temas culturais para o grande público, de que é exemplo o trabalho Guias de Museus, realizado para o Diário de Notícias (2017).
Por seu turno, Aida Rechena, nestes dois anos em que dirigiu o Museu do Chiado, apresentou exposições como a dedicada a Amadeo de Souza-Cardoso, em janeiro deste ano, para assinalar os cem anos da exibição que o artista fez no Porto e em Lisboa.
Atualmente, está patente a exposição "Género na Arte. Corpo, sexualidade, identidade, resistência", sobre as questões de género na arte contemporânea, da qual é uma das curadoras.
Durante a direção de Aida Rechena, em maio e junho de 2016, o terceiro piso do museu, no edifício localizado na rua Serpa Pinto, esteve encerrado para remodelação, reabrindo com 80 obras da coleção de arte portuguesa dos séculos XX e XXI.
A diretora tinha apresentado recentemente à DGPC uma proposta de aquisição de seis obras de artistas portugueses da coleção privada de Isabel Vaz Lopes que ali se encontravam em depósito, e que a proprietária pretendia retirar do museu para venda.
A DGPC acabaria por adquirir quatro dessas obras para o museu.
Quando iniciou funções, entrevistada pela agência Lusa, Aida Rechena tinha afirmado que iria aplicar o conceito da museologia social como modelo de trabalho naquela instituição museológica de Lisboa, que recebe cerca de 50.000 visitantes por ano.
Uma das propostas do projeto de Rechena estava ligado à área da museologia social, um modelo que já aplicara noutros museus onde trabalhara, e que "tiveram alguns resultados interessantes", como disse à Lusa no início do seu mandato, no Museu do Chiado.
Aida Rechena foi diretora do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, de 2005 a 2015, função que acumulou com a direção do Museu da Guarda, de 2012 a setembro de 2015.
Foi distinguida em 2012 pela Associação Portuguesa de Museologia, pela tese de doutoramento "Sociomuseologia e Género. Imagens da Mulher em exposições de Museus Portugueses".
Instalado no Convento de São Francisco, no centro de Lisboa, o Museu do Chiado alberga mais de 5.000 obras de uma coleção de arte portuguesa, de 1850 à atualidade, com o mais importante acervo português de arte contemporânea, incluindo pintura, escultura, desenho e vídeo, entre outros ‘media’.
(Notícia atualizada às 13h47)
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