A primeira temporada terminou com Rhaenyra Targaryen (Emma D'Arcy) a saber que não só o seu meio-irmão Aegon (Tom Glynn-Carney) lhe tinha usurpado o trono, como também que outro meio-irmão, Aemond (Ewan Mitchell), tinha sido responsável pela morte do filho Lucerys "Luke" Velaryon (Elliot Grihault). No final, ficámos incrédulos com o desfecho e ficámos curiosos - pelo menos os que não leram o livro - para saber como é que Rhaenyra iria reagir a este golpe brutal. Bom, agora já sabemos.

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Ao contrário do que seria de esperar, o ritmo deste episódio de estreia é mais lento e morno do que o início mais explosivo e chocante da primeira temporada (sim, estamos a falar da cesariana e de tudo o que levou a esse momento). Se isso significa que está aquém? Não, de todo, pois todas as qualidades que vimos na primeira estão presentes. Se calhar, até está melhor, pois a nível de produção e estética - guarda-roupa, figurinos, cenários, fotografia - parece tudo ainda mais requintado. Até o genérico inicial está "bordado" e diferente (se bem que as opiniões aqui dividem-se sobre se é ou não melhor).

Explicamos: este ritmo mais “morno” é deliberado e é uma maneira de preparar o terreno para o conflito que todos sabemos que se avizinha. E há que ser franco: o evento brutal do final - que está a deixar a comunidade literária indignada - acaba por compensar a lentidão do desenvolvimento do episódio.

Mais: mesmo sem grandes sequências de ação, a tensão de cortar à faca é constante e as manobras estratégicas dos bastidores são mais do que suficientes para manter a chama da intriga viva e a queimar mais do que o fogo. Especialmente porque vemos as personagens a crescer e a evoluir em cada diálogo e em cada cena. Nenhuma ação ou desenvolvimento acontece por acaso e todo o arco narrativo a que assistimos está lá para nos ajudar a perceber porque é que estas personagens são como são e fazem o que fazem e tomam as decisões que tomam.

Neste sentido, neste primeiro episódio, tem de se destacar o papel do ator Tom Glynn-Carney enquanto Aegon Targaryen. Se na primeira temporada destilamos um bocadinho de ódio que faz lembrar os tempos do reinado do Rei Joffrey em "A Guerra dos Tronos", agora ficámos a conhecer melhor a complexidade e essência de Aegon graças a um excelente desempenho repleto de humor espirituoso. Não que isso nos faça mudar a nossa opinião relativamente a ele, mas a performance de Glynn-Carney acrescenta toda uma nova camada ao desenvolvimento da personagem e à sua relação com outras figuras-chave da família, como o avô (Otto Hightower) ou a mãe (Alicent Hightower), que têm cada um a sua ideia e visão de como deve ser o seu reinado.

Mas falar de atores e não falar de Emma D'Arcy e da sua Rhaenyra Targaryen seria injusto. E, sim. Neste episódio, pouco ou nada aparece e o seu tempo de antena é escasso. A realidade, porém, é que com apenas uma única frase e somente com a linguagem corporal protagonizou uma das cenas mais emotivas de toda a série.

Em suma, o episódio tem uma missão difícil logo à partida: restabelecer as dinâmicas antigas da primeira temporada ao mesmo tempo que nos apresenta outras novas que serão importantes mais tarde no desenrolar da história. Ainda assim, se há coisa que deixa antever, é que a série promete continuar a fazer aquilo que tem feito até aqui: a satisfazer os fãs de Westeros com boa televisão e a traumatizar semanalmente qualquer pessoa que não tenha lido “Sangue & Fogo”, o livro no qual se baseia, com as suas surpresas e volte-faces inesperados.

Sugestão em jeito de Crédito Final: para quem não gostar ou tiver paciência para dragões e fantasia, estreou na Max a série documental de duas partes “Taylor Swift vs Scooter Braun: Bad Blood”, que conta a história da rixa multimilionária do fenómeno Taylor Swift com a indústria musical.