Para o Out.Fest – Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro estão também já confirmados o artista Ilpo Väisänen, membro do grupo finlandês Pan Sonic, que se apresenta a solo em Portugal, a banda de ‘hip hop’ Dälek, o duo de música noise Yeah You, as performances musicais e teatrais dos irmãos Brynje e a cantora clássica Kali Malone.
Com 25 a 30 concertos espalhados pela cidade do Barreiro, a 16.ª edição do festival marca “uma continuidade do modelo do ano anterior, de aproximar as músicas experimentais a um público não especializado”, disse à Lusa o diretor artístico do Out.Fest, Rui Pedro Dâmaso.
Da programação hoje anunciada, a organização destaca o norte-americano James Ferraro — um “artista crucial da viragem deste século no Ocidente” — e o seu mais recente álbum, “Requiem for Recycled Earth”, Peter Evans, “uma das figuras mais importantes do jazz e da improvisação deste século”, que se fixou em Lisboa, depois de anos de trabalho em Nova Iorque, e a cantora e compositora do Cairo Nadah El Shazly, com a sua investigação sobre o património artístico norte-africano.
Esta edição, que assinala os 15 anos do festival, reforça a combinação de vários géneros e expressões caraterísticos da iniciativa, como jazz, ‘hip hop’, música clássica e eletrónica, para celebrar e “dar a conhecer novos artistas da música experimental, e aprofundar o contacto entre o público especializado e os artistas desta estilo musical”, explicou o diretor.
É o caso do duo lisboeta Candura, surgido em 2018, e do seu primeiro trabalho “/I”, editado pela norte-americana GreySun Records, da cantora, compositora e improvisadora norte-americana Kali Malone, que explora novas abordagens musicais num instrumento ancestral como o órgão, e do duo Yeah You, composto por pai, Gustav Thomas, e filha, Elvin Brandhi, oriundos do Norte de Inglaterra, e a sua investigação do ‘noise’, como música de dança.
Elvin Brandhi atuou em Portugal, no final do ano passado, na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, e no Spoiler Room, no Porto.
Entre os primeiros nomes hoje anunciados destaca-se igualmente o regresso dos irmãos dinamarqueses Hartvig, que em 2016 se fixaram no Barreiro, durante seis meses, para uma residência artística na Escola Conde Ferreira.
O ‘hip-hop’ de raiz industrial dos nova-iorquinos Dälek (que insistem nesta expressão, “até entrar nos nossos sistemas fisiológicos a verdade das coisas”) e o músico sobrevivente do duo Panasonic/Pan Sonic, Ilpo Väisänen (que continua a “fazer música para que não nos esqueçamos das razões da luta”) estão entre as primeiras confirmações da 16.ª edição do festival.
O festival, que já percorreu 50 espaços distintos da cidade do Barreiro, vai ter, este ano, três novos locais de concertos, ainda a anunciar, mas que Pedro Dâmaso diz enquadrarem-se, sempre, numa aproximação “ao centro da cidade”.
Os bilhetes continuam à venda, tendo já esgotado os primeiros cem passes gerais para o festival, disse à Lusa o diretor do Out.Fest.
O Out.Fest — Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro “procura refletir o que de mais significativo se faz atualmente na música experimental contemporânea, nas suas mais diversas ramificações — da música improvisada à eletrónica abstrata, do free-jazz ao noise, à música clássica contemporânea e às novas e inclassificáveis linguagens que todos os dias nascem e enriquecem um pouco mais o mundo”.
O festival é um projeto das associações culturais Out.Ra e Filho Único, com apoio do município.
No ano passado o Out.Fest contou com nomes como Telectu, Linn da Quebrada, Lotic, Ricardo Rocha e João Pais Filipe, Group A, HHY & The Macumbas, Lea Bertucci, YEK, Fret (aka Mick Harris) e Jimi Tenor.
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