Num comunicado hoje divulgado, o ‘atelier’ de Joana Vasconcelos lembra que “a Ordem das Artes e das Letras, atribuída pelo ministério da Cultura francês agracia as pessoas que se distinguiram pela sua criação no campo artístico ou literário ou pela contribuição que deram à influência das artes e das letras na França e no mundo”.
A cerimónia de entrega das insígnias, pela embaixadora de França em Portugal, Florence Mangin, está marcada para sexta-feira na Embaixada de França, em Lisboa.
No comunicado hoje divulgado, recorda-se que, “sem nunca deixar de assumir a cultura e a tradição portuguesas como pilares fundamentais e inspirações predominantes para a sua criação artística, Joana Vasconcelos também desenvolveu uma relação de grande proximidade com os valores do pensamento e da cultura francesa”.
Joana Vasconcelos nasceu em Paris em 1971, filha de pais portugueses, “no exílio por força da ditadura”. A artista portuguesa “cedo aprendeu a expressar-se em língua francesa, e estudou no Liceu Francês, em Lisboa, onde a família regressou quando tinha 3 anos”.
A artista portuguesa começou a expor na década de 1990, tendo o seu trabalho começado a tornar-se conhecido internacionalmente em 2005, ano em que participou na Bienal de Veneza com a peça “A Noiva”, um lustre monumental composto por tampões de higiene íntima feminina.
Em 2012, tornou-se na primeira mulher e artista mais jovem a expor obras no Palácio de Versalhes, em Paris.
Este ano, Joana Vasconcelos integra a Temporada Cruzada entre Portugal e França, que começa no dia 14 de fevereiro e estende-se até outubro.
“Nesse âmbito, e a convite do ‘Centre des Monuments Nationaux’ [Centro dos Monumentos Nacionais, em português], com a curadoria de Jean-François Chougnet, a artista plástica encontra-se a preparar uma monumental escultura têxtil para a Capela do Castelo de Vincennes em Paris”, lê-se no comunicado.
“Árvore da Vida” é uma peça “inspirada na Dafne de Bernini e presta tributo à autodeterminação da mulher, também materializada na figura de Catarina de Medicis, que após a morte do marido Henrique II, se empenhou na finalização da capela, contribuindo para estabelecer a ligação entre a terra e o céu”.
Ao longo dos anos, a obra de Joana Vasconcelos foi exibida em várias galerias e museus franceses, integrando, por exemplo, a Coleção Pinault e a da Fundação Louis Vuitton.
Além disso, “duas das suas criações para o espaço público encontram-se em território francês em permanência desde 2018: ‘Fruitée’ em Ferber, Nice (Côte d’Azur) e ‘Coeur de Paris’ na Porte de Clignancourt (Ville de Paris)”.
O ‘atelier’ de Joana Vasconcelos destaca ainda “a colaboração com Le Bon Marché, para o qual a artista criou uma peça da sua série das Valquírias, em homenagem a grandes mulheres francesas: Simone (2019) de Beauvoir, (Simone) Veil e (Simone) Signoret”, bem como outras parcerias com marcas francesas como a Dior, a Chanel, a Vogue, a Roche Bobois ou a Flammarion.
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