No início do ano, a imprensa chinesa anunciava que o jovem de 23 anos iria atuar no país. Todavia, nenhuma data foi anunciada pelo cantor canadiano. Bieber esteve na China em 2013 e na altura os media não ignoraram o comportamento do jovem, que tirou a camisola em palco, foi levado em ombros pela grande muralha e passeou-se de segway, mais uma vez sem camisola, pelas ruas do país.
As autoridades culturais chinesas parecem não ter gostado da experiência e vieram agora dizer que para “purificar” as artes performativas do país há que excluir o cantor canadiano: “para purificar o mercado performativo, não é apropriado introduzir maus comportamentos”, pode ler-se no documento, com data 18 de julho.
“Justin Bieber é um cantor dotado, mas é também um controverso jovem cantor estrangeiro”, disse o gabinete municipal de cultura de Pequim, a capital chinesa, em resposta ao pedido de esclarecimentos de He Wenrui, que pedia uma “explicação detalhada”, na página oficial deste órgão, até porque, diz, “Justin Bieber ganhou muitos prémios, certamente o seu talento é notável, por que não dar aos fãs o direito de desfrutar disso?”
O comportamento do cantor no estrangeiro e as suas “palavras e atos” quando esteve na China pela última vez, que causaram “descontentamento público”, são a justificação dada pelo gabinete para que o artista canadiano tão cedo não pise os palcos chineses. O organismo não detalha que comportamentos foram esses, mas diz que foram suficientes para ditar que a música do cantor. que já foi encontrado embriagado a participar em corridas ao volante de um Lamborghini amarelo, como lembra o Guardian, não serve para os ouvidos de Pequim.
Never say never [nunca digas nunca], diz uma música e filme homónimo sobre a vida do cantor, desde há muito envolvido em polémicas, problemas com a justiça e com o público. Também o gabinete cultural de Pequim não diz nunca: “esperamos que Justin Bieber continue a melhorar o seu comportamento, como parte do seu crescimento, e se torne num cantor verdadeiramente amado pelo público”, pode ler-se na resposta.
Justin Bieber não é o primeiro a ser excluído dos palcos chineses, porém, a maioria tem sido impedida de entrar no grande mercado musical chinês por motivos políticos e não tanto por “mau comportamento”, dentro e fora da China.
Os Oasis foram barrados depois de o guitarrista Noel Gallagher ter atuado num concerto pela libertação do Tibete, em Nova Iorque (o irmão, Liam, é que parece ter sido perdoado, já que tem concertos marcados para agosto em Pequim e em Shenzhen).
Já em 2015, lembra também o Guardian, os Maroon 5 tiveram de cancelar os espetáculos marcados para o país, depois de o teclista da banda ter enviado os parabéns ao líder espiritual tibetano, Dalai Lama, que está exilado por questões geopolíticas.
Lady Gaga, Bjork e Bon Jovi, “que se encontraram ou expressaram o seu apoio” a Dalai Lama, diz a Reuters, foram também impedidos de atuar na China.
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