O Prémio Internacional Rafael Manzano, o maior de arquitetura da Península Ibérica, tem o valor de 50 mil euros e é organizado pela Fundação Culturas Construtivas Tradicionais, a International Network for Traditional Building Architecture and Urbanism (INTBAU) e a Fundação Serra Henriques.
Luís Rebelo de Andrade formou-se em Arquitetura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, em 1986, quando já tinha um percurso iniciado na escultura. Fundou o seu atelier em 1989, destacando-se desde logo por projetos como a Embaixada Britânica (1990) e a Casa do Artista (1991), em Lisboa.
Entre os projetos mais recentes, também na capital portuguesa, contam-se o restauro da Igreja de São José dos Carpinteiros, na rua de S. José, perto da avenida da Liberdade, a reabilitação do Palacete da Falcarreira, na rua do Salitre, e a reabilitação do seu próprio atelier, instalado num antigo armazém e moinho da zona de Benfica.
De acordo com o júri do prémio, Luís Rebelo de Andrade é distinguido pelo respeito manifestado em cada um dos seus projetos "pelas tradições construtivas, pela história e pela paisagem portuguesa", sublinhando que "a arquitetura do premiado não é apenas funcional, mas reflete também a essência e os valores dos locais em que intervém".
O júri acrescenta que, tanto em obras novas como de renovação, Luís Rebelo de Andrade "demonstrou um interesse singular em integrar a identidade local e a paisagem", sendo as suas obras "capazes de se integrar harmoniosamente no ambiente construído e natural".
"Apesar de se ter licenciado em arquitetura em Lisboa, a sua paixão foi sempre a escultura, o que lhe conferiu uma compreensão única e distinta do papel da arquitetura no ambiente natural", lê-se ainda no texto sobre a atribuição do prémio.
Entre as obras de Luís Rebelo de Andrade, o júri do Prémio Internacional Rafael Manzano destaca o Hotel Six Senses, em Samodães, Lamego, "onde ao longo de 30 anos transformou uma antiga quinta no norte de Portugal num complexo hoteleiro de prestígio internacional", assim com o Hotel Rural Casa dos Viscondes da Várzea, na mesma região, "cuja recuperação permitiu a utilização hoteleira de um antigo solar com tradição vinícola".
Em 2012, o projeto Pedras Salgadas Eco Resort, assinado por Luís Rebelo de Andrade com Diogo Aguiar, no município de Vila Pouca de Aguiar, foi eleito Edifício do Ano, na área de hotelaria, pela plataforma internacional de arquitetura ArchDaily.
Cinco anos mais tarde, em 2017, recebeu o Prémio do Júri e o Prémio do Público, na área de renovação da plataforma Architizer A+, pela residência de estudantes construída no edifício da antiga Fábrica de Vidros das Gaivotas, em Lisboa.
O júri do Prémio Rafael Manzano para a Nova Arquitetura Tradicional foi constituído pelos arquitetos Robert Adam, Melissa DelVecchio, Alejandro García Hermida, Leopoldo Gil Cornet, Leon Krier, Rafael Manzano Martos, Stefanos Polyzoides, Michael Lykoudis, diretor da Escola de Arquitectura da Universidade de Notre Dame, e José Baganha, distinguido na edição de 2017.
Os arquitetos portugueses Antonio María Braga e Alberto Castro Nunes foram distinguidos em 2019.
O Prémio Rafael Manzano para a Nova Arquitetura Tradicional foi criado em 2012, "com o objetivo de reconhecer o trabalho dos arquitetos que atualizam e dão continuidade nos seus projetos às tradições construtivas das várias regiões" da península Ibérica, "tanto na recuperação de monumentos e conjuntos urbanos de valor histórico-artístico como na construção de novos edifícios que reflitam a identidade local".
A cerimónia de entrega do Prémio Manzano vai realizar-se a 16 de novembro, no Palácio da Cidadela, em Cascais.
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