A construção desta réplica “foi um trabalho de mais de meio ano” cujo resultado vai ser hoje apresentado ao público virtualmente, no âmbito das comemorações do aniversário do museu, este ano feitas através de meios digitais, dadas “as atuais circunstâncias motivadas pela crise da pandemia da Covid-19”, explicou a direção numa nota.
O Lourinhanosaurus antunesi foi um dinossauro carnívoro de porte médio que viveu em Portugal, há cerca de 150 milhões de anos, desconhecido até parte de um esqueleto ter sido encontrado em 1982, por um agricultor, na Peralta (Lourinhã).
O esqueleto foi estudado pelo paleontólogo Octávio Mateus, colaborador do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, especialista envolvido na conceção da réplica virtual construída pela empresa inglesa Nichecraft Conservation – Remmert Schouten.
Em comunicado o museu explicou que o processo começou pela digitalização e pela produção do modelo 3D dos fósseis daquela espécie encontrados na Lourinhã, um trabalho realizado por Matteo Belvedere (paleontólogo na Universidade de Florença, Itália).
Dado não se conhecerem todos os ossos daquele animal, o resto do esqueleto foi reconstruído digitalmente “com base em ossos de outras espécies de dinossauros próximas”, com o acompanhamento científico da equipa de paleontólogos colaboradores do museu.
“O resultado foi um esqueleto do lourinhanossauro digital, reconstruído à luz do conhecimento atual da espécie”, que o museu e a empresa inglesa tornaram real através da impressão do modelo em impressores 3D em Portugal.
Este processo contou com a colaboração inicial do paleontólogo Anne Schulp, do Museu Naturalis, nos Países Baixos.
Seguiu-se a fase de montagem, com os diferentes ossos a serem colocados nas devidas posições, trabalho que contou com a ajuda de Jean Pierre Mayen e Jacques Harper.
Deste trabalho resulta agora o primeiro esqueleto de um dinossauro português produzido através da tecnologia de impressão em 3D, com base no conhecimento científico atual, que poderá ser visto no Museu da Lourinhã, onde estará exposto, até março de 2021.
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