Contactada pela agência Lusa, Aida Rechena, diretora do museu, revelou que enviou para a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) uma proposta de aquisição de seis obras de fotografia, e “poderão seguir-se outras propostas para a aquisição de obras de outra tipologia”.
Em causa está um pedido da colecionadora privada Isabel Vaz Lopes, que, através de um protocolo assinado com o Museu do Chiado, em 2012, tinha depositado 31 obras de artistas portugueses, entre os quais o fotógrafo Paulo Nozolino e os escultores Rui Chafes e Pedro Cabrita Reis.
No final de setembro, o jornal Público noticiou a intenção da colecionadora de retirar as obras do museu, justificando o pedido de devolução para “encerrar uma fase” da vida, tendo falado também em cansaço, criticando o que considerava ser uma falha no enquadramento do “papel cívico” dos colecionadores na política dos museus.
A colecionadora tinha feito um primeiro protocolo com Pedro Lapa, diretor do Museu do Chiado entre 1998 e 2009, e, segundo explicou ao jornal, a intenção era dar, na altura, “um exemplo a outros colecionadores que poderiam fazer depósitos no museu”.
Em declarações hoje à Lusa, a diretora do museu indicou que, por indicação da curadora Emília Tavares, foi enviada uma proposta oficial à tutela para a aquisição de seis obras em fotografia de artistas portugueses, a que poderão seguir-se outras propostas.
Em 2015 saíram já seis obras do conjunto, que Aida Rechena considera “importante no quadro do acervo do museu”.
Aida Rechena indicou à Lusa que a colecionadora e proprietária pediu a devolução de todas as obras, justificando o pedido com “motivos pessoais e de gestão da coleção privada”.
“Considerando que a colecionadora acionou, como é seu direito, a cláusula de denúncia do protocolo, o museu vai desafetar as obras, com autorização superior da DGPC”, indicou a diretora do Museu do Chiado à Lusa.
A Lusa contactou a DGPC sobre esta proposta de aquisição de obras, e aguarda uma resposta da tutela.
Instalado no Convento de São Francisco, no centro de Lisboa, o Museu do Chiado alberga a coleção de arte portuguesa, de 1850 à atualidade, com o mais importante acervo portuguesa de arte contemporânea, incluindo pintura, escultura, desenho e vídeo, entre outros ‘media’.
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