“Sarah Affonso. Os dias das pequenas coisas”, com curadoria de Maria de Aires Silveira e Emília Ferreira, estará patente na Ala Capelo até 5 de janeiro de 2020, de acordo com o sítio ‘online’ do museu.
Esta é uma de duas exposições que celebram os 120 anos do nascimento da artista modernista e recordam a sua vida e obra, realizadas no Museu do Chiado e na Fundação Calouste Gulbenkian, onde se encontra a mostra “Sarah Affonso e a Arte Popular do Minho”, patente até 7 de outubro.
Embora reconhecida e inscrita na história da arte nacional, a artista Sarah Affonso permanece desconhecida do grande público, e reduzida à imagem de mulher de Almada Negreiros, salienta o museu num texto sobre esta parceria.
No Museu do Chiado, é abordada a formação artística de Sarah Affonso, “revelando uma criadora multifacetada, com obra que vai de uma multiplicidade de registos de desenho à pintura, passando pelo bordado, e que se manifesta também de modo muito particular na relação com a paisagem, intervindo e criando, paisagística e pragmaticamente, o entorno da casa da família” em Bicesse, Cascais.
Última aluna de Columbano Bordalo Pinheiro, na Escola de Belas-Artes de Lisboa, Sarah Affonso partiu em 1924 para Paris, onde frequentou a Académie de la Grande Chaumière.
Na sua segunda estada parisiense, entre 1928 e 1929, expôs no Salon d’Automne, com boa receção crítica, e trabalhou num atelier de modista, executando croquis de moda, prática à qual em Portugal dará continuidade na imprensa.
Ilustradora, na imprensa periódica e para diversos livros de escritores, como Fernanda de Castro, manteve ao longo de várias décadas atividade como pintora, com particular destaque para o retrato.
Foi reconhecida pelos pares e pela crítica, distinguida com o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, em 1944, e organizou várias exposições individuais, nas décadas de 1920 e 1930.
No Museu Calouste Gulbenkian, a exposição “Sarah Affonso e a Arte Popular do Minho”, patente na Galeria da Coleção do Fundador, com curadoria de Ana Vasconcelos, é dedicada à particular relação da artista com a arte e a cultura popular daquela região, que tão fortemente a marcou desde os anos da sua infância e adolescência, passados em Viana do Castelo.
A exposição do Museu do Chiado contará com a publicação de um livro, uma coedição com a Tinta-da-China, que reunirá vários ensaios inéditos sobre a vida e obra de Sarah Affonso, estabelecendo pontes entre as duas exposições, e reproduzindo a totalidade das obras da autora apresentadas nas duas mostras.
Haverá ainda uma programação dos serviços educativos, específica para ambas as exposições e, em 24 de setembro, realizar-se-á também um colóquio que enfatizará o diálogo entre os dois projetos expositivos, avançando com novos contributos sobre a vida e obra da artista.
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