“O objetivo da Rede Nacional de Arte Pré-Histórica é criar um organismo intermunicipal, verdadeiramente nacional, que esteja comprometido com um conjunto de objetivos comuns e que passam pela partilha de recursos humanos e patrimoniais, a partilha de conhecimentos ou a partilha de experiências, tendo em vista a criação de produtos turísticos integrados”, explicou à Lusa, Bruno Navarro.
O ato formal de constituição da Rede Nacional de Arte Pré-Histórica está agendado para o próximo dia 09 de outubro, Dia Europeu da Arte Rupestre, no Museu do Côa, onde marcarão presença todos os representastes das entidades envolvidas, no processo de constituição da Rede.
“Esta nova entidade vai permitir criar uma nova rota turística, que vai englobar todo o interior do país, desde o Sul do Alentejo ao Norte de Portugal, sendo uma rede constituída, essencialmente, por municípios e organismos de ensino superior, com uma abrangência territorial considerável”, concretizou o responsável.
Bruno Navarro salientou à Lusa que se trata de um grande desafio para a Fundação Côa Parque (FCP), pela responsabilidade envolvida, já que se trata de um organismo que está sediado num território reconhecido pela organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), como Património Mundial da Humanidade.
“Pretendemos que a partir daqui [FCP] se crie um produto integrado, dentro de um espírito colaborativo, o que corresponde na verdade, àquilo que é desígnio dos novos mecanismos de financiamento, sejam eles nacionais ou internacionais. Uma entidade supramunicipal está melhor preparada, numa lógica competitiva, para poder candidatar-se a fundos que sirvam o espírito da Rede”, observou responsável pela FCP.
O Vale do Côa pretende, assim, servir de plataforma para a valorização de um conjunto mais vasto de recursos patrimoniais, sejam deste território ou do próprio país.
Entre objetivos, a Rede Nacional de Arte Pré-Histórica, associação sem fins lucrativos, terá por missão promover, valorizar e capacitar os recursos patrimoniais e humanos das entidades integradas na Rede, potenciar o impacto e a missão dos sítios detentores de arte pré-histórica, instituir mecanismos de partilha de recursos físicos e humanos, criar canais de comunicação apropriados ao desenvolvimento de projetos colaborativos, promover a cooperação com redes internacionais congéneres, entre outros.
Segundo os especialistas, mais do que um museu de arqueologia, o Museu do Côa é, em primeiro lugar, um museu de arte, com obras quer dos caçadores-artistas do “Gravettense”, quer dos últimos moleiros rupestres da Canada do Inferno.
“O Museu do Côa explana todo um catálogo de sensibilidades que se contêm na rudeza dos painéis de xisto que há milhões de anos moldam a geomorfologia regional”, indicaram os arqueólogos que trabalham no Vale do Côa.
A Rede Nacional de Arte Pré-Histórica envolve entidades como Fundação Côa Parque, as câmaras municipais de Alijó, Alandroal, Arcos de Valdevez, Arganil, Arronches, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Mação, Macedo de Cavaleiros, Meda, Mirandela, Torre de Moncorvo, Montemor-o-Novo, Oliveira de Frades, Pinhel, Ponte da Barca, Reguengos de Monsaraz, Torre de Moncorvo, Valença do Minho, Vila Nova de Foz Côa e Vila Velha de Ródão.
São também parte da Rede Nacional de Arte Pré-Histórica a Direção Regional de Cultura do Alentejo, as faculdades de Letras das universidades de Lisboa, do Porto e de Coimbra, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e o Instituto Politécnico de Tomar.
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