Entre os objetos encontram-se uma espada Mponponso com 300 anos, utilizada durante as cerimónias de juramento dos monarcas do império Ashanti (XVII-XIX) – uma organização política que existiu em um território que hoje em dia englobaria o Togo e Gana – os Asantehene, e um cachimbo da paz em ouro.
No total, são 32 os artefactos que foram confiscados após a terceira guerra Anglo-Ashanti, em 1874.
No Gana, serão expostos no Museu do Palácio Manhyia, em Kumasi, sede do reino de Ashanti, durante um período máximo de seis anos, declarou o palácio.
“Os objetos de ouro e prata associados à corte real de Ashanti serão expostos em Kumasi no final deste ano, no âmbito de um empréstimo a longo prazo do Museu Britânico e do Museu Victoria and Albert”, revelaram os dois museus britânicos num comunicado conjunto.
“Muitos destes artefactos serão expostos no Gana pela primeira vez em 150 anos”, acrescentaram.
A decisão surge após meio século de discussões entre o Palácio Manhyia e o Museu Britânico.
O repatriamento coincide com três acontecimentos importantes para o reino tradicional dos Ashanti, um dos principais grupos étnicos do Gana: o 150.º aniversário da guerra de 1874, a celebração do centenário do regresso do rei Asantehene Agyeman Prempeh I do exílio após ter sido banido e o jubileu de prata do atual governante, Asantehene Osei Tutu II, suspenso do trono em 1999.
O historiador ganês Ivor Agyeman-Duah e o historiador escocês e antigo diretor-adjunto da Universidade de Glasgow, Malcolm McLeod, foram encarregados por Asantehene Osei Tutu II de facilitar a devolução dos bens.
A Nigéria está também a negociar a devolução de milhares de placas de metal, esculturas e peças datadas dos séculos XVI a XVIII, saqueados do antigo reino do Benim e atualmente na posse de museus e colecionadores de arte nos Estados Unidos e na Europa.
Há dois anos, a vizinha República do Benim recebeu dezenas de peças de arte roubadas em 1892 pelas forças coloniais francesas da capital do antigo reino do Daomé.
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