Sérgio Godinho junta-se ao É Desta Que Leio Isto no próximo encontro, marcado para dia 20 de junho, quinta-feira, pelas 21h00. Consigo traz o seu romance "Vida e Morte nas Cidades Geminadas", editado pela Quetzal.
Antes do encontro, o autor diz ao SAPO24 que esta obra "partiu da ideia de duas pessoas jovens, uma mulher e um homem, naturais de duas cidades geminadas, Guimarães e Compiegne (em França), dos seus amores e desamores, e das coincidências que os unem". "Mas há mais", deixa no ar.
A trama desta história de encontros e desencontros centra-se em duas personagens: Amália, portuguesa, que canta fados em ré e tem o apelido Rodrigues, e Cédric, francês, que trabalha na morgue local.
Questionado sobre esta ligação entre música e literatura, Sérgio Godinho não hesita. "Como diz uma canção minha, 'Isto anda tudo ligado'. O facto de a protagonista ser uma fadista amadora deu-me a ocasião de 'mexer' um pouco no objeto-canção e elaborar sobre ele", confidencia.
Para o também poeta, compositor e intérprete, o livro tem sido "muito bem" recebido, pelos "ecos que vão chegando". E é ainda uma forma de se aproximar dos livros no geral. "Não vivo sem isso, desde sempre como leitor, e de há um tempo para cá como escritor (este é o meu terceiro romance, e há mais coisas na forja). Sem esquecer as canções, outra matéria de escrita", refere Sérgio Godinho.
Por isso, numa altura em que espera "o melhor" do clube que se aproxima, deixa já uma sugestão de leitura. Se Sérgio Godinho pudesse viver dentro de uma obra literária, a escolha seria "'On the road', de Jack Kerouac. Em português 'Pela estrada fora'".
Para se inscrever no É Desta Que Leio Isto de 20 de junho basta preencher o formulário que se encontra neste link. No dia do encontro vai receber, através do WhatsApp — no nosso canal —, todas as instruções para se juntar à conversa. Se ainda não aderiu, pode fazê-lo aqui. Quando entrar no canal, deve carregar em "seguir", no canto superior direito, e ativar as notificações (no ícone do sino).
Sérgio Godinho nasceu no Porto e aí viveu até aos vinte anos, altura em que saiu de Portugal. Estudou Psicologia em Genève durante dois anos, antes de tomar a decisão "para a vida" de se dedicar às artes. Foi ator de teatro e começou a exercitar a escrita de canções nos finais dos anos 1960. É de 1971 o seu primeiro álbum, "Os Sobreviventes", seguido de mais trinta até aos dias de hoje.
Sérgio Godinho é um dos músicos portugueses mais influentes dos últimos quarenta e cinco anos. Sobre si próprio disse: "Não vivo se não criar, não crio se não viver. Essa balança incerta sempre foi a pedra de toque da minha vida". O seu percurso espelha, precisamente, essa poderosa interação entre a vida e a arte.
Voz polifónica, Sérgio Godinho levou frequentemente a sua escrita a outras paragens. Guiões de cinema ("Kilas, o Mau da Fita"), peças de teatro ("Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles!)", séries de televisão, histórias infantojuvenis ("O Pequeno Livro dos Medos"), poesia ("O Sangue por Um Fio"), crónicas ("Caríssimas Quarenta Canções"), entre vários exemplos. Estreou-se na ficção com "Vidadupla", um conjunto de contos publicado em 2014, a que se seguiram os romances "Coração Mais Que Perfeito" e "Estocolmo". A mais recente obra é o romance deste clube de junho — e o SAPO24 publicou em fevereiro um excerto desta obra, que pode ler aqui.
Comentários