Com o titulo "Tarsila do Amaral: Inventando a Arte Moderna no Brasil", o museu diz que a exposição tem por objetivo "comemorar o trabalho pioneiro e a influência da artista."
Esta é a primeira exposição monográfica nos EUA dedicada em exclusivo ao trabalho de Tarsila do Amaral (1886-1973), uma das protagonistas fundadoras do modernismo brasileiro no século XX.
A exposição concentra-se na produção da artista desde os anos de 1920 e reúne cerca de 120 obras, incluindo pinturas, desenhos, cadernos de esboços e fotografias selecionadas de arquivos nos EUA, América Latina e na Europa.
Uma investigação levada a cabo na primeira década dos anos 2000, para o "Catálogo Raisonné" da artista, editado pela Base7, revelou mais de 2200 obras. Entre as 138 reunidas no MoMA encontram-se “O sol poente”, de 1929, e "Abaporu", do ano anterior, que marcou o Modernismo brasileiro e gerou o "Manifesto Antropofágico" (o título significa antropófago, em tupi-guarani), base do movimento artístico.
Na apresentação, o MoMA diz que a exposição "explora a visão radical de uma artista que influenciou profundamente a prática modernista no Brasil, e foi uma figura central para as gerações posteriores de artistas brasileiros, trabalhando em diversos meios, desde a literatura e o teatro até à moda e à música."
"Uma introdução há muito necessária desta influente modernista brasileira ao público norte-americano, a exposição passa em revista a carreira de Tarsila, desde as primeiras obras parisienses até às pinturas modernistas emblemáticas que produziu após regressar ao Brasil, culminando nas obras de grande formato, com cunho social, do início da década de 1930", acrescenta.
A exposição marca o reencontro de três quadros marcantes na obra da autora. "A negra", "Abaporu" e "Antropofagia" fazem parte da mesma séria, mas já não eram expostas juntas na América do Norte desde 1993, quando fizeram parte da exposição "Artistas Latino-Americanos do Século XX", também no MoMA.
Tarsila do Amaral nasceu em 1886, no interior do Estado de São Paulo, e estudou na Académie Julian, em Paris.
Regressou ao seu país para participar na Semana de Arte Moderna em São Paulo, em 1922, que marcou a afirmação do Modernismo brasileiro, mas artes e nas letras, e fez parte do núcleo do movimento modernista brasileiro, com os poetas Mário de Andrade, Paulo Menotti del Picchia e Oswald de Andrade, companheiro da pintora.
Nas temporadas passadas em Paris, estudou nos ateliers de mestres cubistas franceses como André Lhote e Fernand Léger, onde desenvolveu o seu estilo de pintura, que o MoMA descreve como "empregando linhas sintéticas, volumes sensuais e uma sumptuosa palete de cores que retrata paisagens e cenas do quotidiano".
O museu diz que "Tarsila buscou inspiração na terra, paisagens e povo do seu país, misturando as inovações da vanguarda europeia e a sensibilidade do vernáculo brasileiro para produzir um conjunto distinto de obras tão pessoais quanto originais".
Durante a ditadura de Getúlio Vargas, Tarsila tornou-se marxista e viajou para a Rússia. No regresso, foi presa durante um mês pelas suas convicções políticas. Abandonou a representação imaginativa da natureza e adotou uma forma de expressão com uma temática mais social.
Tarsila do Amaral morreu em 1973 aos 86 anos.
A exposição "Tarsila do Amaral: Inventando a Arte Moderna no Brasil" foi mostrada no Art Institute de Chicago, no ano passado, e tem curadoria de Luis Pérez Oramas e Stephanie D'Alessandro.
Comentários