A OML, sob a direção do seu maestro titular, Pedro Amaral, o Coro da Rádio Televisão Espanhola (RTVE) e os solistas Miren Urbieta-Vega (soprano), Lorena Valero (meio-soprano), Fabián Lara (tenor) e André Henriques (baixo) vão apresentar, em Cuenca, a “Missa Solemnis”, de Ludwig van Beethoven (1770-1827).
O programa é previamente apresentado no próximo dia 14, em Lisboa, no Museu do Dinheiro, antiga Igreja de S. Julião, e, no dia 17, no Teatro-auditório de Cuenca, na região autónoma de Castela-La Mancha, em Espanha.
Beethoven propôs-se compor a “Missa Solemnis” quando, em 1818, o arquiduque Rudolfo de Habsburgo-Lorena, seu patrono e amigo, soube que iria receber o título de cardeal e tornar-se arcebispo da Morávia.
A “Missa Solemnis” estava prevista para a cerimónia de entrada do arcebispo na diocese, todavia só ficou terminada cinco anos mais tarde, tal “o cuidado e a obstinação com que o compositor encarou o projeto”, salienta a OML, em comunicado.
Beethoven “estudou as técnicas de escrita da música sacra setecentista, em particular de J. S. Bach, familiarizou-se com uma maneira de abordar o missal liberta da contaminação da ópera italiana que o rodeava, e devolveu ao mundo uma obra em nome pessoal, depurada e imponente”, afirma a OML, que recorda que, na mesma época, o compositor escrevia a Sinfonia N.º 9, “Coral”.
O mestre alemão “teve uma educação católica e nunca abandonou uma profunda consciência espiritual, que, por sinal, se acentuou no final da vida”.
No topo da partitura Beethoven escreveu: “Vindo do coração — que possa regressar ao coração”.
Em 1804, o compositor começou por ser professor de piano deste príncipe da Áustria e da Hungria e, mais tarde, tornou-se seu amigo, tendo-lhe dedicado 14 composições, entre as quais esta “Missa Solemnis”.
A atuação da OML em Espanha insere-se no protocolo existente entre a Associação de Música, Educação e Cultura (AMEC), que tutela a orquestra portuguesa, e o Coro e a Orquestra da Rádio Televisão Espanhola, renovado em junho do ano passado.
Entre os objetivos deste protocolo, estão “intercâmbios diversos” e a aposta na “progressiva, consistente e continuada internacionalização” da Metropolitana, como disse na ocasião à agência Lusa o maestro Pedro Amaral, diretor artístico da Metropolitana.
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