“Balsame”, o terceiro álbum de Xinobi (Bruno Cardoso), é “um grito de amor traduzido em 10 temas”, que mostra “uma maturidade nunca antes vista do produtor, e conta com uma lista de colaborações femininas que atravessam tanto as fronteiras musicais como geográficas, com as vozes de Meta_, Alem-i Adastra, Margarida Encarnação e Arâm”, lê-se no texto de apresentação, divulgado pelo agenciamento do DJ, músico, produtor, editor e um dos fundadores da Discotexas.
O álbum anterior de Xinobi, “Oh the quiet”, editado em 2017, era “orientado para uma experiência mais pessoal e introspetiva”, já o trabalho hoje editado “aborda uma perspetiva coletiva e abrangente da comunidade ao introduzir a ideia de algo que apazigua um desconforto global”.
O músico vê o novo álbum “quase como um bálsamo, para amenizar as cicatrizes diárias e a luta social lá fora”.
“Não de uma forma introspetiva, mas através da ação, do movimento e do questionamento coletivo. A procura constante de consolo, para apaziguar as nossas dores, só será possível satisfazer através da ação, através do questionamento ativo e proativo, na rua ou em casa, da forma mais coletiva possível. É um cliché, mas: A unidade faz a força. E as pessoas provaram ao longo do tempo que juntas são melhores, questionam melhor as coisas, agem melhor e, coletivamente, curam melhor”, considerou Xinobi sobre o novo trabalho.
Também no campo da música eletrónica, é hoje editado “OBG”, de Branko (João Barbosa), que, segundo o próprio, “nasceu de uma vontade de agradecer a quem acompanhou” a viagem do também DJ e produtor “destes últimos anos”.
O álbum “foi sendo criado e testado” nos ‘sets’ gravados em vários locais de Portugal nos últimos dois anos, e que Branko foi partilhando nas redes sociais, “onde paisagens e memórias substituiriam os habituais concertos e colaborações de estúdio”.
A capa de “OBG”, explicou, “nasceu de uma obra encomendada à artista Raquel Belli, que mistura todas estas paisagem numa imagem que acabou por ser o complemento perfeito à música”. As cores da capa, salientou Branko, “remetem para o exterior” a que a pandemia de covid-19 privou: “o azul do céu e o verde da natureza”.
Temas como “SDDS”, “CTG” ou “ADRT” fazem parte de “OBG”, que conta com a colaboração de artistas como MS Mavy, Fumaxa, Iúri Oliveira, Traz Águá e NAFÉ.
Fora do âmbito da música eletrónica, é também hoje editado o novo trabalho de Filho da Mãe (Rui Carvalho).
Em “Terra Dormente”, o guitarrista propõe “uma viagem entre dois mundos que refletem a longa travessia destes dois últimos anos e uma tensão dramática entre o sonho e a realidade”.
Gravado ao longo de dois anos, “Terra Dormente” foi construído em três residências artísticas, em Lisboa (no Musicbox e na Fábrica do Pão) e em Ílhavo/Gafanha da Nazaré.
No álbum, Filho da Mãe, “suscita um diálogo intermitente, ora mais explícito ora mais tácito, entre a guitarra clássica e a guitarra elétrica”, refletindo “sobre o próprio movimento de confinamento e desconfinamento, que foi marcado por diferentes estados emocionais entre a esperança e o pessimismo, a ilusão e a realidade”.
“Este é um álbum marcado pela dúvida e a incerteza, mas também pela tenacidade e a resistência. Um álbum de introspeção do tempo vivido, tanto quanto de apelo ao diálogo e à imaginação, a partir de composições que espelham a matriz de um criador que identificamos aos primeiros acordes e que aqui amplia o seu universo sonoro. Assente numa forte carga emocional, este é um álbum que reflete tensão e descompressão ao longo de todo o seu alinhamento [de 14 temas]”, lê-se no texto de apresentação.
“Terra Dormente” é apresentado ao vivo no sábado no gnration, em Braga.
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