“Com uma média anual de 150 espetáculos, Overule percorre constantemente Portugal de norte a sul, e acompanhou de perto a devastação causada pelos recentes fogos florestais. Os esforços dos Bombeiros Voluntários Portugueses comoveram-no e levaram o DJ a decidir oferecer parte das receitas que angariar com a venda do disco”, refere o agenciamento do artista, num comunicado hoje divulgado.
A notícia surge no dia em que se assinalam seis meses sobre o início de um incêndio no concelho de Pedrógão Grande, que alastrou a concelhos vizinhos, provocando 66 mortos e cerca de 250 feridos, sete dos quais graves, a destruição de meio milhar de casas e de quase 50 empresas.
O álbum de estreia de DJ Overule (Bruno Castro), com 13 anos de carreira, “simboliza um renascer”.
“Sinto que tudo o que conquistei até agora é apenas o começo de uma longa jornada. A capa do álbum [objetos ligados à atividade de DJ queimados, num terreno também ele queimado] simboliza isso mesmo, uma mensagem de esperança”, considerou o músico.
“It’s Not Over” conta com a participação do norte-americano Zak Downtown, da britânica Rebecca Garton e dos portugueses Virgul, Grognation, Wet Bed Gang, Pedro Pode (S.Pedro e doismileoito) e Fábia Maia.
O disco, que será disponibilizado em todas as plataformas digitais e em formato físico, tem como ‘single’ de avanço “Só Vim Para Dançar”, com Pedro Pode, “uma combinação improvável com os sons de inspiração mais ‘glitch’ dos sintetizadores de Overule”.
DJ Overule (Bruno Castro) venceu em novembro o ‘Best Portuguese Act’ (em português algo como Melhor Atuação Portuguesa) dos Prémios Europeus de Música (EMA, sigla em inglês) do canal de televisão MTV.
Esta categoria, que distingue um artista local por cada canal regional da MTV, é votada pelo público.
Na altura, a MTV Portugal destacou que Bruno Castro é o “arquétipo do ‘self-made’ DJ — subiu a pulso, trabalhando muito de dia, para tocar muito de noite”.
A estação também destacou que Overule é “amplamente reconhecido como um dos melhores DJ portugueses e procurado por grandes clubes tanto na Europa como na América”.
Este ano, Portugal foi atingido por vários fogos florestais que deixaram um rasto de destruição superior ao de anos anteriores, tendo provocado mais de cem mortos.
Além do fogo que deflagrou a 17 de junho, em Pedrógão Grande, a 15 de outubro iniciaram-se vários incêndios que também tiveram consequências graves.
Os incêndios de outubro atingiram 27 concelhos da região Centro, sobretudo nos distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro e Leiria, provocando 45 mortos e cerca de 70 feridos.
Os incêndios destruíram total ou parcialmente cerca de 800 habitações permanentes, quase 500 empresas e extensas áreas de floresta, estando ainda por apurar o valor global dos prejuízos, assim como o total da área ardida.
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