A nova edição da campanha Pirilampo Mágico, que será apresentada em Lisboa, espera vender, entre 4 e 31 de maio, 700 mil mascotes, além dos já tradicionais 'pin', 't-shirt', canecas, chávenas e sacos de pano.
“Para este ano escolhemos o lema ‘Queremos voar’, aplicado às pessoas com deficiência intelectual e multideficiência”, avançou à agência Lusa Rogério Cação, vice-presidente da Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci), promotora da iniciativa.
Para as pessoas com deficiência, voar “significa atingir a sua autonomia, significa poder decidir, significa poder conhecer novas pessoas, novas paragens, atingir novos conhecimentos, ter novas oportunidades e ir mais longe”, disse Rogério Cação.
A campanha deste ano terá “um pirilampo trintão, mas com a mesma vitalidade que tinha no ano em que foi lançado, em 1987”, a “espalhar a mesma mensagem de solidariedade”, de “defesa dos direitos das pessoas com deficiência”, sublinhou.
A cor do boneco ainda está no “segredo dos deuses”, mas Rogério Cação revelou que vai ter duas cores. A campanha deste ano ficará também marcada pelo lançamento do livro “Voar com o pirilampo mágico”, que está integrado no Plano Nacional de Leitura.
As receitas das vendas revertem a favor de mais de 80 entidades que apoiam um universo de mais de 30 mil pessoas com deficiência intelectual e suas famílias.
Fazendo um balanço dos 30 anos da iniciativa, o vice-presidente da Fenacerci disse que o sucesso da campanha se deve ao reconhecimento dos portugueses pela causa apoiada.
“Uma campanha que já leva três décadas de existência quer dizer duas coisas em sentidos contrários: primeiro é que as necessidades que a determinaram se mantêm” e, segundo, “é que a campanha calou bem fundo naquilo que é o sentido dos portugueses”, que “continuam a acreditar que esta iniciativa vale a pena e daí a sua longevidade”.
A iniciativa é apadrinhada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e associa-se ao Ano Europeu do Turismo Acessível.
A campanha surgiu em 1986 por iniciativa do então diretor de programas da RDP-Antena 1 que, depois de ouvir um programa na rádio sobre os problemas das pessoas com deficiência mental, propôs à federação a realização de uma campanha de angariação de fundos a favor das cooperativas de solidariedade social (CERCI's), que teve início, pela primeira vez, um ano depois.
Três décadas depois, a campanha mantém os mesmos objetivos: angariar recursos para organizações que trabalham com pessoas com deficiência intelectual e multideficiência e dar a conhecer a realidade destas pessoas, as suas dificuldades e expectativas no sentido de promover a sua inclusão na sociedade.
Desde a primeira campanha, foram vendidos mais de 20 milhões de bonecos e mais de dois milhões de 'pins', segundo dados da Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social.
O número de instituições beneficiadas passou de 38 na primeira campanha para mais de 80 atualmente.
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