Apresentar o Jornal da Noite da SIC com um barrete de campino, simular um orgasmo enquanto anuncia a meteorologia ou insultar os telespectadores na sua mensagem de despedida – estas eram a hipóteses apresentadas a Rodrigo Guedes de Carvalho, um dos pivôs de telejornal mais conhecidos do nosso país, quando foi convidado de “Uma Nêspera no Cu”, podcast criado por Nuno Markl, Bruno Nogueira, Filipe Melo e João Pombeiro (este último sem dar a voz, apenas o talento e a criatividade para desenvolver as animações que acompanham cada episódio no YouTube).

Em traços gerais, o podcast consiste num jogo em que cada um dos participantes (anfitriões e convidado) propõe aos seus pares um dilema a que os mesmos deverão responder. É um jogo de escolhas, no fundo. Escolhas estranhas, entre hipóteses rebuscadas e, na maior parte dos casos, doentias. Escolhas feitas por alguns dos maiores nomes da cultura e entretenimento nacional, que, ali, naquele espaço, não têm pejo em tomar uma decisão acerca de deglutir ou não a sua própria flatulência (caso fosse anatomicamente possível). Tudo isto ilustrado no YouTube por João Pombeiro, hábil na arte de recortar fotografias que ilustram os dilemas, nos timings certos.

A dinâmica do trio “nespereiro” é bastante fluída e cada elemento tem características muito próprias. Nuno Markl, humorista, radialista, guionista, argumentista (e, provavelmente, mais uma série de ocupações terminadas em “ista”, à excepção de dentista) é, dos três, o mais comedido (dentro do possível).

Filipe Melo, sendo o menos mediático do trio, tem um papel tão preponderante como o dos seus comparsas. Ficou famoso o episódio – que teve o radialista Carlos Vaz Marques como convidado – em que colocou como escolhas aos seus companheiros de decisão atingir a tiro a parte de trás do próprio joelho ou, alternativamente, carregar uma mochila com granadas do tempo do Ultramar por explodir.

Por último, Bruno Nogueira. O mais ácido dos três. E o autor de alguns dos mais dilemas surreais do podcast. António Zambujo que o diga.

Contudo, um dos episódios mais míticos deste projecto é o que inaugura a segunda temporada. O convidado não é uma pessoa mediática, mas sim uma criança de 11 anos. Sim, uma criança de 11 anos (de nome Bernardo), que teve de fazer escolhas inenarráveis.

“Uma Nêspera no Cu” teve (e tem) bastante sucesso. São quase 40 mil subscritores e mais de 3 milhões de visualizações no YouTube, já para não falar dos ouvintes de outras plataformas como o iTunes (onde lideraram por diversas vezes o TOP de podcasts nacionais) ou o Stitcher (agregador de podcasts compatível com dispositivos Android). O sucesso do podcast chegou, inclusivamente, ao outro lado do Atlântico, onde liderou durante algum tempo o TOP do iTunes brasileiro.

Depois de duas temporadas de sucesso, em que passaram pelo podcast nomes como Rita Blanco, Ricardo Araújo Pereira, João Baião ou Gregório Duvivier, o projecto caminha para o seu final (que, de resto, já foi assumido pelo grupo de protagonistas). Um final em grande, com a realização de cinco espetáculos ao vivo nos coliseus das duas maiores cidades portuguesas (aos três realizados na passada semana em Lisboa, juntam-se os desta semana no Porto).

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