A leiloeira francesa Tajan anunciou no início desta semana a descoberta de um desenho, que se julgava perdido, de Leonardo Da Vinci. A leiloeira avaliou a obra em 15,8 milhões de dólares (14,9 milhões de euros).
Tudo começa com a visita de um médico francês, já aposentado, à Tajan. Consigo levava um conjunto de desenhos, colecionados pelo seu pai. Um destes "desenhos", um estudo do Martírio de São Sebastião, chamou à atenção de Thaddée Prate, de 55 anos, diretor da Tajan, que pediu uma segunda opinião a Patrick de Bayser, um especialista de arte independente.
Bayser destacou o facto de a obra ter sido desenhada por um artista canhoto. Da Vinci era canhoto. Este descobriu igualmente dois desenhos científicos na parte de trás da folha e notas escritas em espelho, técnica utilizada com frequência por Da Vinci.
Prate recorreu ainda a uma terceira pessoa para confirmar as suas desconfianças: Carmen C. Bambach, curadora do Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque (Met), e especialista na obra do mestre renascentista. Esta atestou posteriormente a autenticidade da mesma.
Até agora eram conhecidos dois esboços do Martírio de São Sebastião de Leonardo da Vinci, um conservado no Museu Bonnat em Bayonne e o outro em Kunsthalle, em Hamburgo. De acordo com uma lista do próprio artista, seriam oito no total.
Carmen C. Bambach acredita que o esboço data do período entre 1482 a 1485, escreve o The New York Times.
O dono da obra de 19.3 x 13 cm pediu para permanecer no anonimato, refere a AFP.
De acordo com as leis em vigor em França, o governo pode impedir a exportação do desenho se o declarar como tesouro nacional, tendo o Museu do Louvre a prerrogativa para fazer uma proposta justa "tendo em conta o valor internacional do mercado" para o adquirir, escreve o Quartz.
Um porta-voz da Tajan confirmou ao Quartz que está previsto um leilão da obra para junho 2017.
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