A festa de homenagem realizar-se-á no Salão Preto e Prata, com intervenções previstas de Rui Veloso, Luís Represas, Dulce Pontes e Toy, além dos atores João e Henrique de Carvalho, respetivamente filho e neto de Ruy de Carvalho, entre outros artistas.
A Academia Portuguesa de Cinema também vai distinguir o ator Ruy de Carvalho, com o Prémio Mérito e Excelência, na entrega dos Prémios Sophia do cinema português, no dia 22 de março.
Ruy de Carvalho nasceu em Lisboa, a 01 de março de 1927, estreou-se em 1942, numa peça encenada por Francisco Ribeiro (Ribeirinho), e anunciou a reforma em 1998, quando interpretava “Rei Lear”, de Shakespeare, para o Teatro Nacional D. Maria II, mas prosseguiu a carreira durante mais duas décadas, pelos palcos, pelo cinema, pela televisão.
O ator tem o nome associado à primeira peça exibida na televisão portuguesa, “Monólogo do Vaqueiro”, de Gil Vicente, quando da criação da RTP, em 1957, e também à primeira telenovela, “Vila Faia”, em 1982, realizada por Nuno Teixeira.
Formado pelo Conservatório Nacional, atuou pela primeira vez no Teatro D. Maria II, em 1947, integrado no elenco da companhia Rey-Colaço/Robles Monteiro. Seguiram-se o Teatro Avenida, a companhia Rafael Oliveira e o Teatro Monumental, o Teatro do Povo e o Teatro Moderno de Lisboa, com sede no Cine-Teatro Império.
Em 1963, assumiu a direção artística do Teatro Experimental do Porto, onde realizou a sua única experiência como encenador, em “Terra Firme”, do escritor Miguel Torga.
Regressou ao Teatro D. Maria II, quando este reabriu, em 1978.
Fez parte do elenco dos musicais “Passa por mim no Rossio” (1992) e “Maldita Cocaína”(1994), de Filipe la Feria.
Em Espanha, trabalhou no Teatro Monumental de Madrid, a convite do encenador Simon Suarez, e protagonizou “Fígaro”, de José Ramon Encinar, no Teatro Lírico La Zarzuela, na capital espanhola.
Estreou-se no cinema no filme “Eram 200 irmãos” (1951), de Armando Vieira Pinto, seguindo-se “Pássaros de Asas Cortadas” (1963), de Artur Ramos, “Domingo à Tarde” (1965), de António Macedo, “A Bicha de Sete Cabeças” (1978), também de Macedo, “O Cerco” (1969), de António da Cunha Telles, “Cântico Final” (1974), de Manuel Guimarães.
Em 1990, entrou em “O Processo do Rei”, de João Mário Grilo, e “Non ou a Vã Glória de Mandar”, de Manoel de Oliveira, com quem trabalhou ainda em “A Caixa” (1994) e em “O Quinto Império – Ontem Como Hoje” (2004).
Nos últimos anos entrou em “A Morte de Carlos Gardel”, de Solveig Nordlund (2011), e em “Refrigerantes e Canções de Amor”, de Luís Galvão Teles, e “A canção de Lisboa”, de Pedro Varela, ambos de 2016.
Na televisão, o seu nome encontra-se nos elencos de “Inspetor Max”, “O Sábio”, “Massa Fresca”, “Bem-Vindos a Beirais”, “Destinos Cruzados”, “Louco Amor”, entre outras produções.
O ator recebeu os Prémios de Imprensa para o Teatro, nos anos de 1962, 1981, 1982 e 1986, os Prémios de Imprensa para o Cinema, em 1965, 1966 e 1971, e os Prémios da Crítica, em 1961, 1962, 1964, 1965 e 1981.
Em 1998, recebeu o Globo de Ouro Personalidade do Ano e o Prémio Luís de Camões, da Universidade Lusíada, e ainda o Prémio Byssainha da Fundação Bissaya Barreto. Em 1999, recebeu o Globo de Ouro para Melhor Ator.
Recebeu a Comenda e o Grande Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, respetivamente, em 1998 e em 2010, o grau de comendador da Ordem do Infante, em 1993, e a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pela secretaria de Estado da Cultura, em 1990.
Em 2012, quando completou 70 anos de carreira, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, que dedicou aos portugueses, por estarem a viver o “muito difícil” momento da crise económica.
Comentários