Os concertos de Surma acontecem a partir de quarta-feira em espaços de Los Angeles, Brooklyn, Boston e Nova Iorque, na sequência de contactos que a própria fez.
“Esta digressão aconteceu um bocadinho assim em cima do joelho”, assumiu à agência Lusa.
Após ter sido aceite para estudar em Berkeley, Los Angeles, “num curso de ‘film scoring’, ou seja, de sonoplastia, para trabalhar com orquestras e trabalhar a escrita de canções e de composição”, a artista portuguesa arriscou vários contactos para, em paralelo à formação, mostrar a sua música nos Estados Unidos da América.
“Fiz uma pesquisa enorme em várias ‘venues’ [espaços para concertos] de Los Angeles, Boston e Nova Iorque, onde bandas de que gosto imenso já tocaram, e acabou por correr muito, muito bem”.
A partir de Portugal, “pus-me assim à maluca a mandar ‘e-mails’, uns 50 por dia, e acabei por ter imensa sorte”.
“Várias ‘venues’ responderam até eu acabar por ter de fazer uma seleção, porque algumas [datas] calhavam no mesmo dia. Tive muita sorte por a malta confiar em mim, não conhecendo o meu trabalho”, contou.
Para Débora Umbelino, faz “todo o sentido juntar ‘um mais um'”, complementando o curso com a mini digressão que lhe permitirá “apresentar o [seu] trabalho nos Estados Unidos”. “Aconteceu muito naturalmente, tive muita sorte”, reforçou.
Na quarta-feira, Surma atua no Permanent Records Roadhouse, em Los Angeles, e, no sábado, no Threes Brewing Gowanus, em Brooklyn.
Para a semana, o projeto de Débora Umbelino apresenta-se no dia 29 de julho no Rockwood Music Hall, em Nova Iorque, e, no dia 30, no The Jungle Community Music Club, em Boston.
A digressão norte-americana termina com o regresso a Nova Iorque, para um concerto no Heaven Can Wait.
Nesses sítios, Surma vai mostrar o disco mais recente, “alla” (2022), mas num registo muito mais eletrónico, porque “não [levou] baixo nem guitarra”.
“Estou ainda a montar o ‘set’ no ‘airbnb’ que aluguei”, confessou à Lusa, sobre o exercício que prepara para transportar para palco “a parte mais orgânica para uma parte mais eletrónica, não saindo muito do tema do álbum e não saindo muito da atmosfera das músicas”.
Débora Umbelino considera “um desafio muito bonito” ter de “colocar as músicas numa outra dimensão”. “Vou tentar elevá-las um bocadinho mais dentro do mundo da eletrónica, mas não saindo também dessa parte mais orgânica”, acrescentou.
Ao longo das próximas três semanas, e em paralelo aos concertos, a artista portuguesa vai mergulhar numa nova realidade.
“O meu espírito para esta aventura está louco. Estou muito excitada, muito feliz. Estou a conhecer pessoas muito incríveis, pessoas inacreditáveis e estou muito, muito feliz com o que está a acontecer, porque já era um sonho que tinha desde os meus 16 anos vir para Berkeley”, onde já tinha sido aceite no passado.
Mas, então, “era muito pequenina e ainda bem que foi agora, porque acho que estou com maturidade suficiente para tirar este curso. Estou no tempo certo para viver nos Estados Unidos uma temporadazinha, sozinha”.
Débora Umbelino acredita que esta será “uma aventura” que a “vai mudar muito enquanto pessoa e enquanto artista”.
*Manuel Leiria, da agência Lusa*
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