Jamaica Kincaid, autora de lingua inglesa, natural de Antígua e Barbuda, é uma das estreias literárias em mercado editorial português, com o romance “Annie John”, que conta “uma história sublime e universal sobre desenraizamento, identidade e laços de família”, segundo a Alfaguara, que publica a obra.
Amplamente elogiada pela crítica e pelos seus pares, a autora é descrita como “irresistível e avassaladora”, por Susan Sontag, “elegante e intransigente”, por Ali Smith, e autora de livros “crus, excessivos e, sobretudo, belíssimos”, que descobrem “beleza entre as ruínas”, nas palavras de Alejandro Zambra.
Da mesma editora chega também um novo romance da canadiana Miriam Towes, autora de “A voz das mulheres”, ambientado no universo feminino, através da intimidade de uma “família desarranjada”.
“Noite de luta” relata as aventuras inteligentes e impetuosas de uma pequena rapariga de 9 anos, que se alimenta do universo da sua mãe e da sua avó.
Uma outra publicação inédita em Portugal é o romance “Eu canto e a montanha dança”, de Irene Solà, um dos maiores sucesso da literatura catalã e europeia, segundo a Cavalo de Ferro.
Trata-se de uma espécie de fábula contemporânea, situada nos Pirenéus catalães, que congrega dramas e tempestades, tragédias e folclore, que venceu do Prémio Anagrama de Romance 2019, o Prémio de Literatura da União Europeia 2020, e foi finalista do National Book Critics Circle’s Award.
A Elsinore publica o primeiro romance da tradutora e autora de livros infantis e de não-ficção Rita Canas Mendes, “Teoria das Catástrofes Elementares”, o retrato das vivências de uma família portuguesa disfuncional, entre Lisboa e Cascais, nas últimas décadas do século XX, vista pelos olhos de uma protagonista durante a sua infância e adolescência.
Na mesma editora, será publicado aquele que foi o romance de estreia da escritora chilena Alia Trabucco Zerán, “A Subtração”, e que chegou a finalista do Prémio Booker Internacional.
Nesta obra da autora de “Limpa”, três jovens adultos a contas com a traumática herança de um país, embarcam numa ‘roadtrip’, em que as sombras de morte da ditadura de Pinochet se interligam com o percurso e os sonhos individuais de cada um.
Ainda ao nível das novidades, a Suma de Letras lança “A Corrente”, um policial de Filipa Amorim, que é o seu livro de estreia, e “Dezanove Degraus”, primeiro romance da atriz Millie Bobby Brown (protagonista de “Stranger Things”), inspirado na história da sua avó.
A Companhia das Letras traz uma nova história de Jeferson Tenório, autor de “O avesso da pele”, sobre a luta de uma adolescente que sonha ser filósofa e encontrar o lugar certo no mundo, intitulada “Estela sem Deus”, bem como um novo livro de Susana Moreira Marques, “Terceiro andar sem elevador: Notas sobre Lisboa”, uma reflexão sobre a vida moderna e um tributo a esta cidade.
As “Memórias Minhas”, de Manuel Alegre, compostas por pequenas histórias que traçam também um retrato do Portugal dos anos 1950 até ao país livre após o 25 de Abril, chega às livrarias pela Dom Quixote, que edita também um novo romance do escritor e músico cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa, intitulado “O livro que me escreveu”.
A Dom Quixote publica também “A Filha Única”, romance da escritora mexicana Guadalupe Nettel, finalista do Prémio Booker Internacional 2023, romance sobre três mulheres e os laços que as unem, nas suas histórias particulares em torno da maternidade, da sua negação ou aceitação, das dúvidas, incertezas, sentimentos de culpa, alegrias e angústias.
“Manual Para a Obediência”, de Sarah Bernstein, é outra aposta da editora, um romance sobre cumplicidade e poder, desenraizamento e legado, que foi finalista dos prémios Booker e Giller 2023.
“Voltar do Bosque”, romance de Maddalena Vaglio Tanet nomeado para o prémio Strega em 2023, é outra novidade da Dom Quixote, enquanto a Casa das Letras publica “Tortura Branca”, de Narges Mohammadi, Prémio Nobel da Paz em 2023, que relata experiências de catorze mulheres, incluindo ela própria, nas prisões da República Islâmica do Irão.
A Relógio d’Água vai lançar o novo romance da escritora britânica Deborah Levy e o mais recente livro de contos da norte-americana Lydia Davis, “Os Nossos Desconhecidos”, bem como o terceiro volume da trilogia “Lembrança da Terra do Passado”, de Liu Cixin, “A Morte Eterna”.
A Contraponto lança “Turno da noite”, de Robin Cook, e vai reeditar a obra “O quinto filho”, de Doris Lessing, fora do circuito editorial português há mais de 30 anos.
Outra novidade literária chega pela Quetzal, o romance de estreia de Mário Rufino, professor, crítico literário e organizador de festivais literários, intitulado “Cadente”.
“Piero Solidão”, de Leonor Baldaque e “A Sociedade Muito Secreta dos Caminhantes Solitários”, de Rémy Oudghiri, são outros livros a saírem nesta chancela.
“O Ladrão de Arte”, de Michael Finkel, é uma das apostas para abril da Porto Editora, enquanto a chancela Livros do Brasil publica mais um livro de Annie Ernaux, neste caso o seu romance de estreia, “Os Armários Vazios”, bem como “Pedra e Sombra”, de Burhan Sönmez, vencedor do Prémio do Romance Orhan Kemal na Turquia e finalista do Strega Europeu em Itália.
A Assírio & Alvim publica “Alexandre O’Neill. Uma Biografia Literária”, de Maria Antónia Oliveira, numa edição revista e aumentada, e publica “Entre Sílabas e Lavas”, de Nuno Guimarães.
Na área da ficção, as novidades literárias do grupo Almedina, editados pela Minotauro, são “Messalina - Uma história de poder, difamação e adultério” de Honor Gargill-Martin, e “Os Frágeis Fios do Poder” de V. E. Schwab.
“Tarrafal”, o novo livro do fotógrafo documental João Pina, “Livros Reunidos”, antologia poética de Carlos Bessa, e “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, texto do espetáculo de Tiago Rodrigues, agora em livro, são algumas das novidades de abril da Tinta-da-China.
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