Em declarações à RTP, José Manuel Anes, do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, refere que "o panorama de risco de radicalismo em Portugal não é muito grande". Não descura, todavia, que seja preciso ter "cuidado e atenção". Ainda assim, reitera, "a comunidade ismaelita é das mais tranquilas e mais calmas que temos aqui, sem dúvida nenhuma".

Ainda que possa existir "rivalidade de correntes religiosas dentro do islão", o especialista insiste que "temos uma situação bastante favorável relativamente a outros países europeus no que diz respeito ao risco de terrorismo e de violência religiosa, mas a atenção deve continuar e isso compete às autoridades".

Tal como já referiu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, também Anes reiterou que o ataque hoje no Centro Ismaili, "é um caso isolado, tudo indica".

De acordo com um comunicado da direção nacional da PSP, o ataque “com arma branca” no centro ismaelita foi comunicado à polícia às 10:57, tendo os primeiros agentes que responderam à ocorrência chegado ao local um minuto depois.

“Os polícias depararam-se com um homem armado com uma faca de grandes dimensões. Foram dadas ordens ao atacante para que cessasse o ataque, ao que o mesmo desobedeceu, avançando na direção dos polícias, com a faca na mão”, revelou a PSP, acrescentando que, face a esta “ameaça grave”, os agentes dispararam contra o atacante, “atingindo e neutralizando o agressor”.

Fonte policial adiantou, entretanto, à Lusa que as duas vítimas são mulheres e, pelo menos, uma era funcionária do Centro Ismaili.

Segundo outra fonte policial, uma das mulheres estava “na casa dos 20 anos” e a outra na dos 40 anos.

Num comunicado enviado à Lusa, o presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, Rahim Firozali, revelou que o ataque ocorreu quando decorriam aulas e outras atividades no Centro Ismaili, mas disse desconhecer as motivações do homem que entrou nas instalações do centro armado com um objeto cortante.

Neste momento, estão a decorrer investigações por parte da Polícia Judiciária.

O agressor foi transportado ao Hospital de São José (Lisboa), onde está a ser tratado aos ferimentos provocados pela intervenção da PSP.

Fonte do Centro Hospitalar Lisboa Central adiantou à Lusa que o Hospital de São José recebeu um homem ferido nas urgências da unidade, não adiantando mais detalhes.

Fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) contactada pela Lusa disse que o alerta foi dado às 10:53: “Há dois mortos a registar e dois feridos graves, um dos quais foi encaminhado para o Hospital de São José e outro, por meios próprios, para o Hospital de Santa Maria.”

Por seu turno, fonte do Centro Hospitalar Lisboa Norte confirmou que o Hospital de Santa Maria recebeu na urgência um homem que chegou por meios próprios à unidade. A vítima está “na casa dos 30 anos” e tem “ferimentos ligeiros no peito”, após ter sido esfaqueado.

Na nota divulgada ao final da manhã, a PSP apelou à serenidade e tranquilidade dos cidadãos, salientando que foram “mobilizado os efetivos necessários para a implementação das medidas de segurança adequadas e urgentes”.

*Com Lusa