“Vladimir Putin sublinhou que as tentativas de tornar a Rússia responsável pelas dificuldades na entrega dos produtos agrícolas nos mercados mundiais são sem fundamento”, indicou o Kremlin em comunicado.

Na terça-feira, Putin referiu ao primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que a Rússia estava “pronta a fornecer uma contribuição significativa para ultrapassar a crise alimentar através da exportação de cereais e fertilizantes, sob reserva do levantamento pelo ocidente das restrições com motivações políticas”.

A Ucrânia, um importante exportador de cereais, em particular de milho e trigo, tem a sua produção bloqueada devido aos combates.

Por sua vez, a Rússia, outra potência cerealífera, não pode vender a sua produção e os seus fertilizantes devido às sanções ocidentais que afetam os setores financeiros e logísticos. Os dois países produzem um terço do trigo mundial.

O conflito originou um desequilíbrio alimentar à escala mundial, com os receios de uma grave crise que poderá afetar em particular os países mais pobres.

No decurso do seu contacto telefónico, Putin apelou aos ucranianos para “desminarem o mais rapidamente possível os portos para deixar passar os navios bloqueados”, segundo o comunicado.

De acordo com Mikhail Mizintsev, diretor do Centro nacional russo de gestão da defesa, citado pela agência noticiosa russa Ria-Novosti, as forças russas garantem dois corredores marítimos por dia para permitir a saída dos navios dos portos de Mariupol, situado no mar de Azov, e de Kherson, Mykolaiv, Tchornomorsk, Otchakiv, Odessa e Ioujni, situados no mar Negro.

“As forças armadas russas abrem diariamente dois corredores marítimos humanitários das 08:00 às 19:00, hora de Moscovo”, declarou.

Na quarta-feira, Moscovo tinha afirmado que o porto de Mariupol tinha retomado as atividades após ter sido desminado, um mês após o anúncio pela Rússia da conquista desta cidade estratégica.

Por sua vez, o chanceler austríaco declarou em conferência de imprensa que Putin “emitiu sinais segundo os quais está disposto a autorizar as exportações a partir dos portos marítimos” de produtos agrícolas ucranianos, em coordenação com a ONU.

“Em relação aos prisioneiros de guerra, o Presidente Putin afirmou estar pronto a reforçar as negociações com os ucranianos para obter progressos”, indicou ainda, para acrescentar que “concordou na necessidade que a Cruz Vermelha tenha acesso aos prisioneiros de guerra”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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