Essa verba está prevista num orçamento suplementar do executivo para este ano.

No total, com todos os países somados, Berlim decidiu aumentar a sua ajuda internacional no setor da defesa “para dois mil milhões de euros”, no âmbito dessa rubrica orçamental, “estando a maior parte prevista sob a forma de ajuda militar à Ucrânia”, indicou uma porta-voz do Governo alemão, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Este pacote de dois mil milhões de euros “irá maioritariamente para a Ucrânia”, confirmou na rede social Twitter o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner.

O dinheiro deverá servir sobretudo para Kiev financiar a compra de equipamento militar.

O Governo alemão procura, desta forma, responder às crescentes críticas das autoridades ucranianas, mas também de alguns dos seus parceiros da União Europeia (UE), como a Polónia e os Estados bálticos, sobre a sua aparente falta de apoio em matéria de armamento à Ucrânia e até mesmo a sua complacência em relação a Moscovo.

O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, foi, por isso, alvo de uma afronta diplomática esta semana, ao ver a proposta de visita a Kiev que tinha apresentado recusada pelas autoridades ucranianas.

Estas imputam ao chefe de Estado e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, que atualmente tem um papel sobretudo de representação simbólica, de ter levado a cabo uma política pró-russa durante anos.

Em vez de Steinmeier, preferem receber a visita do chanceler, Olaf Scholz, juntamente com a promessa do envio rápido de armamento pesado, perante a ofensiva russa que se perfila no leste do país.

Contudo, o chanceler social-democrata está relutante em autorizar a entrega de, por exemplo, tanques retirados do arsenal do exército alemão, temendo entrar numa perigosa espiral militar com a Rússia.

Enfrenta, por isso, o início de uma crise dentro da sua coligação governamental, que reúne ecologistas e liberais, ambos cada vez mais favoráveis ao envio de artilharia pesada para a Ucrânia e que criticam abertamente a Scholz a sua falta de liderança.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU — a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e “desmilitarizar” a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 51.º dia, já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

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