Na quarta-feira, o Ministério das Infraestruturas e Habitação anunciou que a TAP vai pagar diretamente aos trabalhadores da Groundforce o valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso.

À margem de uma visita à primeira sala fixa de consumo assistido de drogas em Portugal, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada sobre esta decisão e considerou que a solução encontrada “é importante” porque “a primeira linha de defesa tem de ser o direito aos trabalhadores a receberem o seu salário”.

“É importante que agora os trabalhadores vejam algum alívio, mas a questão de fundo, a questão aliás das empresas de transporte aéreo de uma forma geral, mantém-se e vai ser preciso resolvê-la”, alertou.

Na perspetiva da líder do BE, ainda há muito trabalho a fazer “para garantir que há uma empresa nos aeroportos em Portugal que funcione bem”.

“A privatização foi um erro. Ficou entregue aliás a um empresário sem escrúpulos e, portanto, isso dá-nos bastantes dificuldades de solução”, criticou.

Para Catarina Martins, o que é preciso é “uma solução para a empresa”, sendo a prioridade “que os salários sejam pagos aos trabalhadores”.

“Eu ouvi fazerem-se as perguntas mais absurdas aos trabalhadores da Groundforce. Ouvi até perguntar: ‘mas acham que a greve pode piorar a situação da empresa?’. Mas eles estão a trabalhar sem receber salário. Quando um trabalhador está a trabalhar sem receber salário é difícil ficar pior, tem que lutar pelos seus direitos”, condenou.

Numa nota na quarta-feira, o ministério liderado por Pedro Nuno Santos referiu que foi comunicado nesse dia, “em reunião com sindicatos da Groundforce, que a TAP vai proceder ao pagamento do valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso diretamente aos trabalhadores” da empresa de ‘handling’.

“Esta foi a solução encontrada para ultrapassar a recusa na semana passada da administração da Groundforce em aceitar a transferência da TAP que permitiria o pagamento aos trabalhadores do subsídio que lhes era devido”, adiantou o Governo.

“Ao mesmo tempo, a TAP vai abreviar o pagamento definido contratualmente para saldar a fatura relativa a serviços prestados em junho, garantindo que a administração da Groundforce tem liquidez suficiente para pagar integral e atempadamente os salários dos trabalhadores relativos ao mês de julho”, referiu ainda o ministério, sublinhando “que o valor dos serviços prestados pagos pela TAP à Groundforce é superior às necessidades salariais dos trabalhadores” da empresa.