“Nós seremos talvez teimosos, mas a dignidade do trabalho e a necessidade de as pessoas terem contratos como deve ser e não contratos com empresas abutres continua a ser uma reivindicação do BE em relação às novas regras”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas, no Porto, depois de se reunir com funcionários de limpeza que prestam serviços na Comboios de Portugal (CP) e outras entidades públicas, através da empresa Ambiente e Jardim, e que hoje iniciaram uma greve de seis dias.

A líder bloquista garantiu que o BE quer “mesmo recuperar” o país e, para isso, é preciso respeitar quem trabalha.

A ideia de que as pessoas estão condenadas ao trabalho temporário, às empresas de `outsourcing´ e aos intermediários que lhes ficam com parte do salário e que lhes tiram os direitos é uma ideia que “puxa a economia e o país para baixo”, não permitindo que nenhuma economia recupere, entendeu.

“O país não se recupera anunciando que vêm muitos milhões para distribuir não se sabe para quem, o país recupera se houver salários e se houver trabalho digno”, vincou Catarina Martins.

Na sua opinião, para o país recuperar e para os milhões prometidos serem mesmo para a recuperação de todo o país é preciso garantir que não há empresas a ficarem com parte dos salários dos trabalhadores, a desaparecerem de um dia para o outro e a retirar-lhes os direitos básicos.

Dizendo que as questões laborais são uma “prioridade” para o BE, Catarina Martins disse que, nesse sentido, também é prioritário garantir os salários em atraso aos trabalhadores da Ambiente e Jardim, empresa que tem contratos com várias instituições públicas e privadas e que, em vários sítios, deixou de pagar salários.

A bloquista referiu que esse pagamento tem de ser feito de imediato porque há trabalhadores em “absoluto desespero”, estando “na mão” do Ministério das Infraestruturas garantir os salários sem prejuízo, depois, de assacar responsabilidades à respetiva empresa.

“Tem de ser feito já, estamos a falar de pessoas com salários muito baixos e com horários muito penalizadores e que, neste momento, estão com dois ou três meses de salários em atraso, não tendo como viver, portanto, o que é urgente é garantir-lhes os salários”, ressalvou.

Dezenas de trabalhadores da empresa Ambiente e Jardim, responsáveis pelas limpezas das estações ferroviárias e comboios, concentraram-se hoje em frente à Estação Ferroviária de Campanhã, no Porto, para reivindicar os salários em atraso.