Jair Bolsonaro acredita que poderá ser preso caso não vença as eleições presidenciais do Brasil, marcadas para o próximo dia 2 de outubro. Esta é pelo menos a convicção do atual líder máximo deste país lusófono, que a tem transmitido a um círculo restrito de pessoas, de acordo com informação da jornalista Mônica Bergamo, na sua habitual coluna no jornal Folha de S. Paulo.

Na prática, o presidente do Brasil, que irá tentar vencer mais um sufrágio, desta feita tendo como principal rival Lula da Silva, entende que a justiça comum poderá julgá-lo por algumas das centenas de denúncias que têm sido feitas contra si, nomeadamente devido "à sua conduta durante a pandemia de Covid-19" e ainda pelos "ataques ao sistema eleitoral".

Refira-se que Jair Bolsonaro está, de momento, salvaguardado, dado que por ser presidente só pode responder a processos penais que tenham relação com o seu mandato. Para isso, Bolsonaro teria de ser denunciado pelo Procurador-geral da República e depois seria ainda necessário o aval da Câmara dos Deputados para que ocorra o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Até agora, contudo, nenhum destes dois pressupostos ocorreu.

O receio de Jair Bolsonaro, cujas fontes da Folha de S. Paulo o têm visto bastante "transtornado" nas últimas semanas, não se prende apenas com ele próprio. Ainda segundo a informação do jornal, o presidente brasileiro acredita também que a justiça possa virar-se para a sua família, concretamente para três dos seus quatro filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que têm sido envolvidos também em vários casos polémicos, desde a chegada do pai ao Planalto, em janeiro de 2019.

Também esta terça-feira, o jornal Metrópole aborda este clima de suspeição por parte de Jair Bolsonaro. De acordo com algumas pessoas contactadas pelo diário, o presidente salientou que atirava “para matar", caso alguém o tentasse prender: "Prefiro morrer”.