“Não há perigo para aqueles que ainda lá se encontram, porque o fogo começou nuns barracões abandonados na parte ocidental do campo”, acrescentou o ministério em comunicado.

Pouco antes, o presidente da câmara de Samos, Girgos Stantzos, indicara que o campo, que deverá ser desmantelado no fim do mês, tinha sido totalmente evacuado dos seus ocupantes, encontrando-se muitos migrantes concentrados num parque de estacionamento nas suas imediações.

Segundo o ministério, todos os requerentes de asilo foram transportados para esse terreno vazio perto da entrada do campo e serão transferidos na segunda-feira para uma nova estrutura inaugurada no sábado.

Dez menores não-acompanhados foram levados hoje à tarde para o novo campo, de acordo com a mesma fonte.

Na ilha de Samos, no mar Egeu, em frente à Turquia, o campo de Vathy albergou quase 7.000 requerentes de asilo entre 2015 e 2016, quando a sua capacidade inicial era de 680 pessoas.

Cerca de 300 pessoas ainda ali viviam este fim de semana, em condições insalubres, e aceitaram ser transferidas para um novo centro de receção e acolhimento “controlado e fechado”, onde deverão apresentar-se na segunda-feira, segundo o Ministério das Migrações grego.

Com arame farpado, ‘scanners’ de raios X e portas magnéticas, o novo campo “de acesso controlado e fechado” para migrantes, o primeiro de uma “nova geração”, foi inaugurado no sábado em Samos.

As organizações humanitárias denunciaram o caráter fechado do novo campo, onde os migrantes só serão autorizados a sair durante o dia, munidos de crachás eletrónicos, e onde está prevista a existência de um centro de retenção para aqueles a quem foi negado o direito de asilo.

O campo de Vathy era há muito criticado pelas suas condições insalubres às portas da principal cidade da ilha.

Há um ano, o campo de Moria, na ilha grega de Lesbos, igualmente criticado pela sua insalubridade, foi reduzido a cinzas em dois incêndios sucessivos, deixando cerca de 13.000 migrantes sem abrigo durante vários dias.