A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), realizou um estudo sobre a avaliação do desempenho de serviços móveis e da respetiva cobertura no concelho de Castelo Branco, entre 13 e 15 e 20 e 21 de junho (onde percorreu 654 quilómetros), cuja amostra incluiu 1.911 chamadas de voz, 457 sessões de dados e 153.183 medições de sinal rádio.

Os resultados do estudo foram apresentados hoje na Câmara de Castelo Branco, onde esteve o presidente do Conselho de Administração da ANACOM, João Cadete de Matos.

O estudo conclui que no concelho de Castelo Branco, as regiões oeste e noroeste “são as mais críticas em termos de cobertura” e em seis localidades (Vale de Figueira, Pé da Serra, Pomar, Lisga, Sesminho e Tripeiro) “não existe qualquer hipótese de comunicação em voz ou dados, registando-se uma total ausência de cobertura da rede móvel”.

Já em relação à avaliação apenas no acesso a dados, o resultado mostra que “em 25 localidades [13 das quais na freguesia de Sarzedas] não existe possibilidade de aceder à Internet com total ausência de acesso de dados”.

Segundo a ANACOM, se existissem neste momento acordos ‘roaming’ nacional em Portugal, que permitem aos clientes de qualquer um dos operadores conectar-se à antena de outro operador quando a qualidade do sinal não é aceitável, “teríamos uma cobertura bastante melhor no município de Castelo Branco”.

O estudo demonstra ainda que a qualidade de sinal da MEO no concelho de Castelo Branco é inexistente, muito má ou má em 25 % das amostras, sendo que esse valor sobe para os 32,8% na NOS e atinge os 52,1% na Vodafone.

Caso houvesse ‘roaming’ nacional (considerando o melhor sinal dos três operadores em cada ponto, a qualidade de sinal inexistente, muito má ou má, seria de apenas 20,9% dos registos.

Em suma, a ANACOM revela que não foi possível estabelecer ou concluir com sucesso uma chamada em cada 10 no concelho de Castelo Branco, onde se registou 11% de chamadas falhadas (10% de chamadas perdidas e 01% de chamadas abandonadas).

Já no serviço de voz, a MEO registou 10,6% de chamadas falhadas (9,3% perdidas e 1,3% de chamadas abandonadas), a NOS apresentou 8,4% de chamadas falhadas (7,5% perdidas e 0,9% abandonadas) e a Vodafone ficou-se pelos 13,4% de chamadas falhadas (12,9% perdidas e 0,5% abandonadas).

O presidente da ANACOM, João Cadete Matos, sublinhou que os resultados obtidos em Castelo Branco não diferem muito dos registados em outros concelhos do país.

Disse ainda que muitos destes problemas eram resolvidos, ou pelo menos reduzidos, com o recurso ao ‘roaming’ nacional, onde as operadoras partilham as antenas entre si, quando o sinal de algum deles é inexistente ou de má qualidade.