No segundo dia da discussão plenário da proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), na especialidade, tudo começou com uma intervenção do deputado do Chega Pedro Frazão, que acusou o governo de ver nos setores social e particular da saúde inimigos e não parceiros.

O parlamentar do Chega personalizou as acusações e apontou o caso do atual secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, - a quem se referiu como “Doutor” - que disse ter a prática clínica em Leiria, mas operar os clientes particulares que o pediam na clínica privada de São Francisco, ou seja, sugerindo assim uma prática diferente da política que preconiza para o país.

“Os socialistas caviar são uns hipócritas. Querem hospitais de luxo para eles”, afirmou, gerando uma onda de apupos e protestos na bancada do PS.

Num momento de tensão entre as bancadas do PS e do Chega, o presidente da assembleia em exercício, o social-democrata Adão Silva, pediu “alguma moderação e contenção nas palavras”.

Porém, ainda sob protesto do PS, o deputado do Chega acrescentou que “mais de metade dos hospitais do SNS estão em falência técnica”, defendendo que “o estado da saúde em Portugal tem um nome: chama-se insuficiência profissional”.

O episódio levou o deputado do Chega Pedro Pinto a considerar “lamentável” a atitude do PS, depois de o líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, ter anunciado que a bancada iria distribuir a definição da palavra “hipócrita” com base no dicionário, o que ocorreu minutos depois.

“Não vou admitir, enquanto líder parlamentar desta bancada, que os deputados do PS sejam tratados como hipócritas naquela que é a casa da democracia”, disse Brilhante Dias, acrescentando não aceitar como adequado que um deputado se dirija “a um membro do governo como Dr. Sales ou Dr. Outra coisa qualquer”.

A distribuição levou o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, a defender que na Assembleia da República “deve distribuir-se coisas sérias, propostas e não andar a brincar” a distribuir definições de palavras, apelando a que se leve “o debate parlamentar mais a sério”.

A intervenção levou novamente Eurico Brilhante Dias a pedir o uso da palavra para afirmar que o partido costuma “cumprir” o que diz.

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