Numa curta declaração vídeo, André Ventura reagiu à aprovação, pelo Conselho Nacional do CDS, da convocatória que estipula que o 29.º Congresso do partido irá ter lugar nos dias 27 e 28 de novembro, coincidindo com as datas já anunciadas pelo Chega para a sua reunião magna.

Considerando que houve uma “falha e uma quebra muito grave da lealdade institucional e parlamentar” - que, segundo a “boa prática”, prevê que os partidos com representação parlamentar “não tenham as suas reuniões magnas na mesma altura” - André Ventura anunciou que o Chega deixará de ter “qualquer relação institucional, política, partidária ou parlamentar” com o CDS.

“O Chega cortará em absoluto as relações com o CDS a partir deste momento. O CDS mostrou ser um partido completamente incapaz de responder democraticamente aos anseios da população, e mostrou ser incapaz de assegurar qualquer lealdade institucional nesta matéria”, afirmou o presidente do Chega.

Em declarações à Lusa, Ventura indicou que, na prática, o corte de relações significa que deixará de haver “ligações institucionais com o CDS, participação em reuniões comuns, convite para congressos, quaisquer entendimentos políticos ou linhas de conversação entre os dirigentes”.

Na declaração vídeo, o líder do Chega salientou ainda que “é bom que a direita ponha os olhos neste CDS”, acusando o partido de preferir “dar a mão à esquerda” e ao PSD, em vez de procurar “criar uma direita forte em Portugal que seja alternativa a António Costa”.

“A única preocupação do CDS é destruir o Chega, ofuscar-nos, diminuir-nos e humilhar-nos. Não aceitaremos isso. A partir de hoje, as relações com o CDS estão totalmente cortadas dentro do espetro político, parlamentar e institucional”, reiterou Ventura.

Na semana passada, André Ventura anunciou que o congresso extraordinário do Chega – convocado depois de o Tribunal Constitucional ter considerado que as alterações estatutárias introduzidas pelo partido no Congresso de Évora, em setembro de 2020, são ilegais – irá decorrer entre 26 e 28 de novembro, no distrito de Viseu.

Já no domingo, o Conselho Nacional do CDS-PP aprovou a convocatório do 29.º Congresso do partido para as mesmas datas, com 64% de votos a favor e 29% contra.

A reunião magna dos centristas, na qual será eleito o próximo presidente do partido e a sua direção, vai ser antecipada em dois meses, uma vez que o último se realizou no final de janeiro do ano passado e os congressos do CDS-PP acontecem ordinariamente de dois em dois anos.

O facto de as datas do Congresso do CDS coincidirem com as do Chega já foi criticado pelo eurodeputado Nuno Melo - que irá disputar, nessa ocasião, a liderança do partido centrista com Francisco Rodrigues dos Santos -, considerando "um absurdo" que o partido "partilhe o palco" e divida o "espaço mediático" com o Chega.

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