“Um grupo de três caçadores encontrou duas mulheres grávidas, mortas e com sinais de violação, perto de um riacho conhecido por Mambi”, disse um residente na sede do distrito de Meluco.

As duas mulheres foram identificadas como pertencentes à comunidade de Minhanha, a 33 quilómetros da sede de distrito.

Segundo residentes, ambas faziam parte de um grupo que fugiu da povoação após um ataque no mês de outubro.

Apesar de o distrito de Palma, para onde estão projetados os projetos de gás, estar protegido por tropas do Ruanda, continuam a ser frequentes os relatos de ataques, combates e mortes noutros distritos de Cabo Delgado.

De acordo com os relatos da população, Minhanha foi um dos focos de insegurança, com uma invasão de rebeldes que travaram também a circulação de deslocados entre Meluco e Xaxaxa.

“Houve ataque, mas agora Minhanha está nas nossas mãos, já não há rebeldes lá”, disse, entretanto, fonte das milícias locais.

O início da época das chuvas, que se prolonga até final de março, traz também novas ameaças à situação precária dos deslocados pelo conflito.

Na quinta-feira, pelo menos nove deslocados morreram após uma trovoada que se abateu sobre o campo de futebol da vila sede do distrito de Nangade, disse fonte local, assinalando que os funerais se realizaram na sexta-feira.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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