António Costa e o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, estiveram hoje na entrega de prémios da primeira edição do “Prémio Gandhi de Educação para Cidadania”, na Comunidade Hindu de Lisboa, cerimónia que também contou com a presença do embaixador da Índia em Portugal.

No seu breve discurso, o líder do executivo debruçou-se sobre dois assuntos: o “bem-estar animal”, tema da primeira edição do prémio, e a proteção dos oceanos, que será o tema da próxima edição.

“Mahatma Gandhi é seguramente uma das figuras mais notáveis e inspiradoras do século XX. Foi um grande humanista, um grande lutador pela liberdade, pela tolerância e pela afirmação da força das ideias contra uma cultura de violência”, declarou o primeiro-ministro.

António Costa disse depois ter tido a honra, a convite do chefe do Governo da Índia, Narendra Modi, de ter feito parte em 2019 do comité internacional para a celebração dos 150 anos do nascimento de Mahatma Gandhi.

Numa alusão a uma das matérias que ganhou maior relevância na vida política portuguesa nos últimos anos, António Costa citou Gandhi: “A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados”.

“Neste mundo em que vivemos, vivemos seguramente uns para os outros, mas temos de viver também para os outros seres vivos que connosco compartilham a vida na terra. Esses, a que designamos animais, merecem o nosso cuidado, a nossa atenção e a garantia do seu bem-estar”, afirmou, numa alusão ao tema da primeira edição deste prémio e que também é uma das prioridades de ação do PAN.

Tal como antes salientara o ministro da Educação, António Costa considerou “motivador” como as diferentes escolas do país “se mobilizaram” para apresentar projetos sobre bem-estar animal e aproveitou para responder à controvérsia em torno da utilidade desta disciplina no sistema educativo.

“Estamos perante uma boa demonstração da função essencial desta disciplina curricular para ajudar ao desenvolvimento dos melhores valores da cidadania. E não há hoje cidadania que não comporte a ideia de bem-estar animal”, assinalou.

Na sua intervenção, António Costa assinalou que, na próxima edição deste prémio, que este ano distinguiu 30 projetos de diferentes escolas, será o dos oceanos.

“Os oceanos são o espaço do planeta mais ameaçado, seja pelos microplásticos, seja pelo degelo. Por isso, deve ser uma causa inspiradora para o futuro. Se queremos salvar o planeta, temos mesmo de começar por salvar os oceanos”, advogou o primeiro-ministro.

António Costa referiu depois que Portugal, em conjunto com o Quénia, será organizador da próxima conferência das Nações Unidas sobre os oceanos, que terá lugar, em Lisboa, em junho de 2022.

“Portugal, através dos oceanos, partiu para muitos destinos do mundo. E muito daquilo que hoje somos deve-se ao facto de termos sabido navegar nos oceanos”, acrescentou.