Na conferência de imprensa na qual apresentou novas medidas para controlar o agravamento da pandemia de covid-19, António Costa foi questionado sobre as recentes declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, no parlamento, que defendeu ser preciso pensar no processo de seleção dos profissionais de saúde já que, “porventura outros aspetos como a resiliência, são aspetos tão importantes como a sua competência técnica”.

“Aquilo que nós pudemos constatar é que mesmo nos momentos mais terríveis desta pandemia, como foram os meses de janeiro e fevereiro do ano passado, o Serviço Nacional de Saúde e todos os seus profissionais, desde os assistentes operacionais aos médicos, todos mostraram uma total dedicação, resiliência, empenho, esforço no cumprimento da sua função e isso é absolutamente indiscutível e todos estamos gratos aquilo que é o esforço extraordinário dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde”, respondeu o chefe do executivo.

No entanto, António Costa assumiu que “não corre tudo bem” no SNS e garantiu que o “trabalho diário” do Governo que lidera é procurar fazer, “todos os dias, mais e melhor pelo SNS”.

“Todos tempos bem consciência que Serviço Nacional de Saúde algum no mundo pode estar capacitado para responder às suas necessidades correntes e ainda a uma pandemia desta dimensão”, afirmou.

Assim, de acordo com primeiro-ministro, “não há serviço de saúde nenhum do mundo que não tenha sofrido na sua atividade regular” devido à pandemia de covid-19, uma “situação imprevista e anómala”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu hoje que “na cabeça de todos os portugueses” e do Governo está a noção de que os profissionais de saúde “são resistentes”, destacando a sua “resiliência e resistência” durante a pandemia, respondendo a questões dos jornalistas sobre estas declarações de Marta Temido.

Também hoje, a Ordem dos Médicos considerou “inqualificáveis” as declarações da ministra da Saúde sobre a solução para a falta de médicos, afirmando que “perdeu toda a credibilidade” e que os clínicos saberão dar resposta à “atitude totalmente inaceitável”.

Marta Temido, afirmou na quarta-feira numa audição na comissão parlamentar de Saúde sobre “Dificuldades que o Centro Hospitalar de Setúbal está a enfrentar”, requerida pelo PCP, que é preciso pensar “nas expectativas e na seleção destes profissionais”.

“Também é bom que todos nós, enquanto sociedade, e isto envolve várias áreas, pensemos nas expectativas e na seleção destes profissionais, porque porventura outros aspetos como a resiliência, são aspetos tão importantes como a sua competência técnica. Estas são profissões, de facto, que exigem uma grande capacidade de resistência, de enfrentar a pressão e o desgaste e temos que investir nisso”, disse Marta Temido.

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